Proposta de acompanhamento até ao Jubileu vai ser apresenta este fim de semana numa atividade «Um dia no Seminário»
Guarda, 22 nov 2024 (Ecclesia) – O padre Rafael Neves, que integra o Departamento da Pastoral Juvenil, Universitária e Vocacional da diocese da Guarda, apresenta como apostas para acompanhar os jovens a proximidade, “que o menor número de população permite” e o compromisso social.
“Apesar da dispersão, apesar da dimensão envelhecida que tem a nossa Diocese, procuramos que cada jovem se sinta acompanhado. Em virtude de não termos números grandiosos na participação das atividades, a possibilidade de conhecer cada jovem pelo nome permite-nos um certo acompanhamento, mais ou menos personalizado, do jovem em direção a ele próprio, descobrir qual é a sua vocação, qual é a sua missão na Igreja e no mundo”, explica o responsável.
O departamento apresenta este sábado, durante a atividade «Um dia no Seminário» algumas propostas que querem oferecer nos próximos meses, procurando reunir o que foi o esforço da pastoral juvenil diocesana durante a preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, e preparar a participação dos jovens no Jubileu, no verão de 2025.
Para lá do acompanhamento, como refere o responsável, o compromisso social, visível o serviço e na atenção aos mais frágeis, vai também ser uma aposta da Diocese.
“No ano passado começou uma iniciativa a que chamamos Rede 3G, que pretende concretizar uma espécie de rede de voluntariado, de ação, de gratidão entre gerações diferentes. Pretende-se que os jovens possam em instituições de solidariedade social, voltadas para a população mais idosa e também para as crianças, possam criar uma dinâmica de serviço e de missão junto da comunidade”, explica o padre Rafael Neves.
Estão pensados momentos fortes, até ao Jubileu de 2025, para congregar os jovens que possam ir ao encontro da realidade de cada um mas também dos objetivos da pastoral, que compreende também o universo universitário e as vocações.
“Não é um trabalho propriamente fácil, acaba por ser mais exigente porque abrangemos aqui diferentes frentes da Pastoral. Não é objetivo do Departamento fazer uma ‘caça’ a talento para padres e religiosas, mas antes que cada jovem possa discernir de forma a encontrar a sua vocação no mundo”, traduz.
O responsável recorda experiências e encontros felizes que o tempo de preparação da JMJ Lisboa 2023, a peregrinação dos símbolos e a vivência dos Dias nas Dioceses, permitiram desencadear com jovens “fora do ambiente eclesial”.
“Não temos atividades destinadas a tentar captar a atenção daqueles que estão mais fora, aparentemente, ou que estão mais afastados, até porque tudo isto é muito relativo: aparentemente pode estar fora da órbita, às vezes estão bem sintonizados connosco, só falta dar ali aquele passo. Mas temos tido felizes experiências por causa, sobretudo, dos jovens que trabalham mais diretamente connosco, e esses, sim, acabam por ser como missionários de outros jovens”, explica.
O padre Rafael Neves olha para um tempo feliz que a Igreja vive, de atenção aos jovens e de protagonismo laical na vida das comunidades, indicando ser necessária a escuta para que o protagonismo também aconteça.
“Não será um protagonismo apenas e só para executar uma tarefa porque lhe é apontada ou indicada, mas o protagonismo que nasce precisamente do tempo da escuta, perceber qual é o anseio que o jovem tem, a dificuldade que ele apresenta, e depois propor-lhe um caminho em que ele próprio é ator desse mesmo caminho”, indica.
“No fundo, corresponde àquilo que o Papa Francisco quer para a Igreja: uma Igreja acidentada, que vai mergulhando na dificuldade sempre de experimentar, avaliar e depois voltar a recuperar ideias, ações, do que estar, num certo sentido, enclausurada ou segura no seu próprio espaço”, finaliza.
A conversa com o padre Rafael Neves sobre a pastoral juvenil na Diocese da Guarda vai estar no centro do programa ECCLESIA, emitido sábado, na Antena 1, pelas 06h00.
LS