Afirmação foi feita na homilia da Missa que assinalou os 100 anos da dedicação da catedral diocesana
Beja, 18 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo de Beja alertou para ameaças à liberdade de “objeção de consciência”, por exemplo na prática médica e o aborto, na Missa dos 100 anos da catedral diocesana, e afirmou que “a Igreja é chamada a ser sinal de liberdade”.
“Vivemos tempos em que os princípios fundamentais da liberdade de consciência são postos em causa, e a tentativa de regulamentar e eventualmente limitar ou suprimir este direito atinge não apenas a dignidade dos profissionais de saúde, mas de toda a sociedade que se quer livre”, disse D. Fernando Paiva, este domingo, na Sé.
O bispo de Beja explicou que a objeção de consciência é um direito fundamental, “que protege a integridade moral e ética dos indivíduos” e que garante e protege “a liberdade de consciência”, sendo a negação deste direito “um atentado à liberdade e um gravíssimo retrocesso civilizacional”.
“Numa sociedade justa e livre deve haver espaço para a pluralidade e para o respeito da dignidade de todos os cidadãos. Como comunidade cristã e consequentemente como defensores e promotores da paz, da liberdade e do bem, não podemos ficar em silêncio perante as ameaças, que procurando impor a lógica do pensamento único, tentam desvirtuar este pilar essencial da nossa convivência social.”
D. Fernando Paiva afirmou que hoje, como no passado, “a Igreja é chamada a ser um sinal de esperança e de liberdade num mundo que alguns tentam silenciar vozes e consciências”, e, neste contexto, alertou para o “tema sensível e atual” da objeção de consciência “especialmente no contexto da prática médica” relativamente ao aborto.
A Diocese de Beja celebrou os 100 anos da ereção canónica da sua catedral e, segundo o responsável diocesano, “a Sé é também um sinal de liberdade”, um lugar onde todos os filhos de Deus são chamados “a viver na liberdade plena que Cristo concedeu”; e recordou a coragem de D. José Patrocínio Dias “em erguer um testemunho de fé em tempos difíceis”.
“A Catedral, como Igreja Mãe da Diocese, é revestida de uma profunda força simbólica que transcende o edifício em que nos encontramos. É, antes de tudo, um marco espiritual, um ponto de referência que congrega e une toda a comunidade eclesial diocesana. O seu papel enquanto centro litúrgico e espiritual faz dela o símbolo mais evidente da unidade do Povo de Deus.”
A Igreja Católica celebrou, este domingo, 17 de novembro, o VIII Dia Mundial dos Pobres, data instituída pelo Papa Francisco, em 2017, o bispo de Beja salientou que são chamados “a ir em auxílio dos mais carenciados, nas várias dimensões da sua carência, nas várias dimensões do seu ser”, necessidades materiais e cuidado espiritual.
“A caridade cristã é mais que uma mera filantropia, entendida à maneira do mundo. Já se faz muito bem e dou graças a Deus tanto empenho e generosidade que vou vendo, mas ouso dizer como S. Paulo, tratai de progredir ainda mais neste serviço de bem-fazer dirigido à pessoa humana na sua totalidade”, desenvolveu, na tarde deste domingo.
D. Fernando Paiva terminou a sua homilia a desejar que a Sé de Beja “continue a ser um sinal de comunhão, liberdade e esperança para todos, hoje e sempre”.
O Papa Francisco concedeu a Indulgência plenária nas condições habituais (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração pelas intenções do Santo Padre) e a sua bênção a quem participou na celebração deste Jubileu da Catedral de Beja.
CB/PR