Googlar

Em 2002, a Sociedade Americana de Dialectos escolheu o verbo “to google” como a “palavra mais útil do ano”. É de crer que, nos que se seguiram, não apenas países de expressão inglesa também o tenham feito, ou pelo menos assumindo-o e inserindo-o em diferentes dicionários. Mesmo sem acolher com entusiasmo a palavra, é certo que a acção que expressa constitui uma das fundamentais fontes de informação para públicos de diferentes ocupações profissionais e para utilizadores diferenciados das novas tecnologias. O Google ou outro motor de busca serve muitas vezes de intermediário na procura de um saber ou no desvendar de um qualquer mistério da humanidade. E em brevíssimos segundos, sem o incómodo do percurso por prateleiras e dossiers ou na espera de encontrar o especialista certo para a resposta procurada. Esta não é uma comunicação semelhante a qualquer outra, dos meios tradicionais ou daqueles que se multiplicam a partir do progresso tecnológico. Um motor de pesquisa coloca cada sujeito diante de imagens, vídeos, sons e textos cujo valor não depende de qualquer critério científico, académico, religioso ou civilizacional. Antes da popularidade que conquista, do número de procuras… Na bandeja do receptor, esteja ele onde estiver e por distantes que sejam os objectivos que motivam qualquer incursão pela busca no que se publica na rede da Internet, os resultados obedecem apenas às regras colocadas nessa monstruosa, porque poderosa, máquina de pesquisa. Pelas notícias publicadas, googlar não terá sido um “verbo” conjugado no Sínodo dos Bispos sobre “A Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja”. Mas avançaram-se propostas tendo por objectivo a leitura da Bíblia nas plataformas multimédia. Não apenas para a “difundir”. Sobretudo para “integrar a mensagem de salvação numa nova cultura que a comunicação cria e amplia”. Porque a Palavra de Deus se destina a mulheres e homens de hoje, a crianças e adolescentes, jovens ou adultos, é indispensável estar presente nos canais de informação onde muitos receptores procuram mensagens. As que apontam para ideais nobres, para valores perenes, para projectos de vida evangélicos também devem aparecer após qualquer pesquisa. E com a popularidade suficiente para, em milhões de resultados, aparecer entre os primeiros.

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