«Desenvolvimento e retenção de talento», «renovação do modelo pedagógico» e «desenvolvimento infraestrutural» são os eixos do novo Plano de Desenvolvimento da UCP
Lisboa, 15 nov 2024 (Ecclesia) – Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP), tomou hoje posse para o terceiro mandato à frente da instituição académica, revelando os eixos do novo Plano de Desenvolvimento e a criação de cinco novas iniciativas transversais.
“Neste próximo mandato, iremos avaliar o Plano de Desenvolvimento Estratégico 2021-2025, que se chamava justamente ‘O Valor dos Valores: A Criar Futuro no Presente’, e vamos lançar as bases do novo Plano de Desenvolvimento da Universidade”, afirmou a responsável, no discurso proferido no Auditório Cardeal Medeiros, na UCP, em Lisboa.
Este novo plano vai ser centrado em três eixos, focando a ação no “desenvolvimento e retenção de talento” – sobretudo na área do desenvolvimento das carreiras e formação das novas lideranças -, na renovação do modelo pedagógico e no desenvolvimento infraestrutural.
“Olhando a Universidade como espaço cosmopolita de entretecimento de saberes”, Isabel Capeloa Gil anunciou o lançamento de “cinco novas iniciativas transversais”, sendo a primeira a iniciativa de transformação pedagógica e literacia tecnológica.
“Se a complexidade do mundo exige que os novos graduados possuam capacidades analíticas, pensamento crítico, fluência verbal, também é certo que no tempo da inteligência artificial, as universidades não se podem dar ao luxo de formar analfabetos tecnológicos funcionais”, sublinhou a reitora da UCP.
Esta iniciativa vai trabalhar em vários eixos: a digitalização, a introdução de novas metodologias de ensino, a revisão curricular para favorecer a adoção de disciplinas de missão das áreas das artes liberais, e a integração de pelo menos uma unidade curricular de programação e literacia tecnológica em todos os percursos formativos.
Seguiu-se a contextualização da iniciativa de Excelência para a Ciência e Sociedade, que visa promover “o reforço de grandes hubs colaborativos entre as unidades de investigação da UCP e parceiros não académicos, nacionais e internacionais”.
Por seu lado, a iniciativa Campus Inteligente e Sustentável, vai proporcionar “a aplicação de modelos de inteligência artificial para a gestão e eficiência dos campi, para a adoção de medidas de sustentabilidade ambiental e a sua monitorização e irá também acompanhar a jornada do aluno na sua relação digital com a universidade”, explicou a reitora.
A quarta iniciativa Longevidade e Inovação prende-se com a criação de um pelouro autónomo para a inovação e empreendedorismo, que tem como finalidade coordenar as políticas de inovação e translação e bem assim potenciar a capacidade da universidade para a aceleração integrada de projetos empreendedores, estruturar o ecossistema de empreendedorismo e agregar iniciativas de financiamento de projetos de alunos.
Isabel Capeloa Gil anunciou, por último, a Iniciativa Novas Humanidades, que “vai recolocar as humanidades como requisito curricular transversal em todas as áreas de saber cultivadas nas faculdades da UCP”.
“A Universidade Católica Portuguesa desenvolveu-se matricialmente em torno da formação humanística. De modo mais generalizado, poderemos dizer que sem filosofia não existiria a ideia própria de universidade. Na verdade, as humanidades estão na base de qualquer projeto de natureza epistemológica, porque o verdadeiro conhecimento exige a compreensão da razão profunda das coisas”, frisou.
No discurso, em que fez um elogio à ficção através das obras ‘A Vida e as Estranhas Aventuras de Robinson Crusoe’ e ‘Alice no País das Maravilhas’, a reitora da UCP destacou a necessidade de uma “universidade infinitamente curiosa, que não se isole na sua auto-preservação, que acredite que é muito mais o que tem ainda a aprender do que aquilo que o seu legado protege”.
Isabel Capeloa Gil destacou a importância de “uma universidade que saiba arriscar com ambição e que fomente nos seus estudantes a apetência para se levantarem de um pulo, arder de curiosidade e seguir o coelho branco”. “Uma universidade assim é empreendedora, incute ambição, aspiração, é projeto e tem projeto, está segura das suas origens e sabe que o caminho é longo, tem desafios, terá retrocessos, mas sobretudo tem pessoas que acreditam no futuro e em fazer acontecer. A Católica é esta universidade”, frisou. A reitora reinvestida no cargo para o quadriénio 2024-2028 salientou que a UCP”, como instituição da Igreja em Portugal, está alinhada com um modelo de justiça social e de inclusão, o que significa pugnar pelo diálogo em vez da polarização, pela equidade em vez da desigualdade, pela justiça, apostando num projeto de esperança em prol do bem comum”. “Esta missão implica diálogo constante e colaboração”, referiu, assinalando que tal não “implica necessariamente consenso, porque a universidade não é um espaço de conformismo”. “O seu universalismo matricial implica abertura a diferentes vozes no seu seio, o que não significa dissenso, mas sim o cultivo da capacidade de divergir e escutar antes de agir”, defendeu. No discurso, a reitora indicou ainda que a o serviço de conhecimento que a UCP realiza é público, “demonstrando claramente que a diversidade de modelos é fundamental para a afirmação de um sistema científico competitivo”. “O desígnio não estatal da UCP em nada retira ao serviço público que realiza, o bem da qualidade do desempenho social, económico e cultural do nosso país e do grande bloco regional europeu em que nos integramos”, sublinhou. Na cerimónia de investidura, transmitida via online pela UCP, tomaram ainda posse os vice-reitores, Nelson Costa Ribeiro, Peter Hanenberg, Isabel Vasconcelos, Miguel Athayde Marques, Fernando Ferreira Pinto, Margarida Mano, José Manuel Pereira de Almeida, e os pró-Reitores, Aires do Couto, Paulo Azevedo Dias, Isabel Braga da Cruz e Céline Abecassis-Moedas, além da administradora, Maria Helena Brissos Ferreira Martins de Almeida. |
LJ/PR
Isabel Maria de Oliveira Capeloa Gil, professora catedrática da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica (UCP), e presidente da Federação Internacional de Universidades Católicas (IFCU), foi reconduzida, pela segunda vez, no cargo de reitora, por Decreto do Dicastério para a Cultura e a Educação, de 2 de setembro.
É reitora da UCP desde 2016, é a primeira mulher presidente da IFCU, é consultora do Papa para a Educação, e Administradora da Fundação Calouste Gulbenkian. Isabel Capeloa Gil foi responsável pela inauguração da Primeira Faculdade de Medicina privada em Portugal, e pelo desenvolvimento do projeto do novo Campus Veritati da UCP, com arranque de construção em 2025. |