Papa vai a Angola em Março de 2009

Bento XVI preside à Missa de encerramento do Sínodo dos Bispos e anuncia primeira viagem do pontificado a África Bento XVI anunciou este Domingo que irá deslocar-se a Angola em Março de 2009, para assinalar a celebração dos 500 anos de evangelização do país lusófono. A viagem, com passagem pelos Camarões, será a primeira a África deste pontificado. Falando sobre o próximo Sínodo para a África, o Papa disse que “é minha intenção deslocar-se em Março próximo aos Camarões, para entregar aos representantes das Conferências Episcopais da África o «Instrumentum laboris» de tal Assembleia sinodal. Dali prosseguirei, se Deus quiser, para Angola , para celebrar solenemente o quinto centenário da evangelização do país”. Na homilia da Missa conclusiva do Sínodo dos Bispos, na Basílica de São Pedro, antecipou a II Assembleia especial do Sínodo para a África, que terá lugar em Roma, em Outubro de 2009, e fez o balanço da assembleia sinodal cujos trabalhos se encerraram este Sábado. A partir das leituras do dia, o Papa sublinhou “o elo existente entre a escuta amorosa de Deus e o serviço desinteressado aos irmãos”. Bento XVI fez notar que as experiências e reflexões partilhadas no Sínodo das últimas três semanas “põem em destaque que hoje em dia emerge a necessidade de uma escuta mais íntima de Deus, de um conhecimento mais autêntico da sua palavra de salvação, de uma partilha mais sincera da fé, que se alimenta constantemente da mesa da palavra divina”. Nas saudações a cada um dos participantes no Sínodo, o Papa falou muito especialmente aos Bispos chineses, impedidos de se deslocarem a Roma nesta ocasião: “Dirijo um pensamento especial aos Bispos da China continental, que não puderam estar representados nesta assembleia sinodal. Desejo fazer-me aqui intérprete – e disso dar graças a Deus – do seu amor por Cristo, da sua comunhão com a Igreja universal e da sua fidelidade ao Sucessor do Apóstolo Pedro”, apontou. “Eles estão presentes na nossa oração, juntamente com todos os fiéis que estão confiados aos seus cuidados pastorais”, assegurou Bento XVI. Prioridades Em seguida, o Papa mencionou “a renovada consciência” que levam consigo todos os que participaram nos trabalhos sinodais: “É tarefa prioritária da Igreja, no início deste novo milénio, nutrir-se antes de mais da Palavra de Deus, para tornar eficaz o empenho da nova evangelização. Agora há que levar a todas as comunidades esta experiência eclesial: é necessário que se compreenda a necessidade de traduzir em gestos de amor a palavra escutada, porque só assim se torna credível o anúncio do Evangelho”, observou. Aludindo ao Ano Paulino, Bento XVI evocou como “critério indispensável de verificação da missão da Igreja” o “dar testemunho claro e partilhado de uma vida segundo a Palavra de Deus, atestada por Jesus”. O Papa lembrou, em seguida, uma afirmação do Concílio Vaticano II, sobre a necessidade de os fiéis terem “amplo acesso à Sagrada Escritura” (DV 22), e observou que “se trata de um requisito indispensável para a evangelização, hoje em dia”, que requer uma especial preparação dos sacerdotes e dos leigos. “Dado que muitas vezes o encontro com a Escritura corre o risco de não ser um facto de Igreja, ficando antes exposto ao subjectivismo e à arbitrariedade, torna-se indispensável uma forte e credível promoção pastoral do conhecimento da Sagrada Escritura, para anunciar, celebrar e viver a Palavra na comunidade cristã, dialogando com as culturas do nosso tempo, colocando-se ao serviço da verdade e não das ideologias correntes e incrementando o diálogo que Deus quer ter com todos os homens”, assinalou. Bíblia não é apenas um livro Mais tarde, na recitação do Angelus, o Papa foi de encontro a um dos temas centrais do Sínodo, afirmando que “uma boa exegese bíblica exige tanto o método histórico-crítico como o método teológico, porque a Sagrada Escritura é Palavra de Deus em palavras humanas”. “Isto implica que cada texto deve ser lido e interpretado tendo presente a unidade de toda a Escritura, a viva tradição da Igreja e a luz da fé”, precisou. Segundo o Papa, “exegese científica e «lectio divina» (a leitura orante da Bíblia, ndr) são ambas necessárias e complementares para procurar, através do significado literal, o significado espiritual que Deus nos quer comunicar hoje”. “Se é verdade que a Bíblia é também uma obra literária, o grande códice da cultura universal, é também verdade que ela não deve ser despojada do elemento divino, mas deve ser lida no mesmo Espírito com que foi composta”, alertou. (Com Rádio Vaticano)

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