No encontro anual das Instituições Particulares de Solidariedade Social daquela região
Viseu, 06 nov 2024 (Ecclesia) – O bispo da Diocese de Viseu, D. António Luciano, esteve presente no encontro anual das Instituições Particulares de Solidariedade Social e pediu às IPSS que usem os meios ao seu alcance para a promoção da solidariedade.
Esta iniciativa, promovida pela União Distrital de Viseu das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) e que se realizou, dia 05 deste mês, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu abordou vários assuntos pertinentes que afetam a realidade das IPSS, nomeadamente “as dificuldades que atravessam, a importância da formação e formas de financiamento para os seus projetos”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
D. António Luciano, que discursou na sessão de abertura, realçou a importância destas instituições na vida de um país e das várias comunidades onde estão inseridas, “bem como na Igreja pelos serviços que prestam através da caridade”.
O “ir ao encontro do outro” foi uma expressão usada pelo Bispo para reforçar o papel das IPSS na vida dos utentes que acolhem, mas também das famílias que encontram nelas uma solução humanizada.
Com experiência na área social, já que é membro da equipa da Pastoral Social da Comissão Episcopal Portuguesa (CEP), mencionou a necessidade de se acolher cada utente, como pessoa única, e que para isso deve existir proximidade entre todos os que fazem parte da estrutura da instituição.
“O utente, que temos diante de nós, é uma pessoa humana que nos merece respeito e dignidade, mas cada utente é diferente, cada pessoa é única” e, por isso, é necessário conhecer-se a sua história”, disse.
Também a formação permanente, aumentado a qualificação de todos os que trabalham nestas instituições, foi um dos pontos referidos pelo bispo, defendendo que “estas casas devem ser sólidas, com bons alicerces assentes na solidariedade, proximidade, serviço e voluntariado, tudo em prol do maior bem que é a pessoa humana”.
O prelado deixou ainda uma questão a todos os presentes: “estamos nós preparados para responder àquilo que são as emergências sociais?”, dando os exemplos das guerras, pandemias e tempestades, considerando que a prevenção é a palavra de ordem.
Em jeito de conclusão, desejou à organização do evento e a todas as instituições ali representadas as maiores felicidades, incentivando-as a desempenharem o seu trabalho, apesar das dificuldades.
“Que não desanimemos perante a crise, que não comecemos com alarmismos, mas que utilizemos os meios que temos ao nosso alcance para que a solidariedade aconteça”, apelou.
Celestino Martins, presidente da UDIPSS Viseu, reforçou a importância destas estruturas sociais “que ajudam a transformar vidas” e que “são pilares fundamentais na promoção da coesão social”.
O responsável apontou a sustentabilidade financeira, social e ambiental como “um dos maiores desafios das instituições de solidariedade social”, defendendo a importância de manterem o equilíbrio entre as obrigações sociais e a gestão financeira. Para tal, Celestino Martins realçou a necessidade de existir uma gestão responsável dos recursos, transparência e responsabilidade, “valores que se devem preservar”.
O presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, que também discursou na sessão de abertura, disse que o Estado Central falha muitas vezes a este tipo de compromissos. “O Estado Central tem de olhar para estas instituições e vê-las exatamente como alguém que faz o papel que a ele lhe cabe. Não pode ser uma relação comercial, mas sim de agradecimento. Quem tem responsabilidades políticas, neste setor, devia vir aqui com frequência cumprimentar as pessoas e agradecer-lhes pelo trabalho feito em seu nome”, disse valorizando o contributo de cada IPSS ao serviço do próximo.
LFS