«Há dores grandes demais para nos chegarem inteiras». É a experiência de 16 anos de enfermagem que dotam o enfermeiro Ricardo Fernandes da inteireza destas palavras: nelas cabem todos os pacientes com quem foi descobrindo a importância de cuidar do luto, de ser tão bom na técnica, na terapêutica farmacológica como também em levar um paciente a apanhar sol.
Especialista em cuidados paliativos, em luto, mas também em psiquiatria e saúde mental, confere a este enfermeiro – que é professor também – a competência, e a experiência, para pedir que se normalizem as vivências sobre as perdas, para lamentar distorções sobre cuidados paliativos e para afirmar, hoje, o que o comove: as despedidas, os encontros, as viagens de última hora e a memória que deixamos porque ‘precisamos dos outros para sermos nós’.