Francisco pede mais presença de leigos na formação, para promover «verdadeira experiência do Espírito»
Cidade do Vaticano, 30 out 2024 (Ecclesia) – O Papa manifestou hoje a sua preocupação com o número de jovens que deixam a Igreja, após o Crisma, pedindo maior envolvimento de toda a comunidade.
“O problema é como fazer que o sacramento da Confirmação não se reduza, na prática, a uma extrema-unção, isto é, ao sacramento da partida da Igreja”, referiu, na audiência pública semanal que decorreu na Praça de São Pedro.
“Diz-se que é o sacramento do adeus, porque os jovens, depois de o fazerem, partem e só voltam para o matrimónio”, acrescentou.
Francisco apontou ao próximo Ano Santo, o Jubileu de 2025, desejando que os católicos se tornem “portadores da chama do Espírito”.
“Eis um belo objetivo para o ano jubilar: remover as cinzas do hábito e do desinteresse”, apelou o Papa.
Prosseguindo o ciclo de reflexões dedicado ao Espírito Santo, Francisco destacou que o objetivo de promover o compromisso de todos os crismados “pode parecer impossível, dada a situação que existe um pouco por toda a Igreja”.
“Pode ser útil para este objetivo ser ajudado, na preparação do sacramento, por fiéis leigos que tiveram um encontro pessoal com Cristo e que fizeram uma verdadeira experiência do Espírito”, apontou.
O Papa destacou que, já no Novo Testamento, “para além do Batismo com água, é mencionado um outro rito, o da imposição das mãos, que tem por finalidade comunicar visível e carismaticamente o Espírito Santo, com efeitos semelhantes aos produzidos nos apóstolos no Pentecostes”.
Francisco, que pediu desculpa pela dificuldade em ler, devido à incidência da luz solar, destacou que, “com o passar do tempo, o rito da unção foi-se afirmando como sacramento de pleno direito, assumindo formas e conteúdos diferentes nas várias épocas e ritos da Igreja”.
Após a reflexão, o Papa saudou os vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa: “Que a vossa presença em Roma seja uma ocasião propícia para reavivar o dom de Deus que recebestes e para reacender o entusiasmo de ser missionários, portadores da chama do Espírito”.
Francisco apontou ainda à próxima solenidade de Todos os Santos, no dia 1 de novembro.
“Convido a viver esta celebração do ano litúrgico, na qual a Igreja quer recordar-nos um aspeto da sua realidade: a glória celeste dos irmãos e irmãs que nos precederam no caminho da vida e que agora, na visão do Pai, querem estar em comunhão connosco para nos ajudar a alcançar a meta que nos espera”, declarou.
OC