Sínodo propõe espaços de discussão sobre as Escrituras com outras religiões

Um Fórum sobre a Palavra de Deus no qual cristãos e muçulmanos possam “encontrar-se, discutir e meditar juntos” está entre as propostas surgidas durante o Sínodo dos Bispos em andamento no Vaticano, segundo o relator geral dos trabalhos, Cardeal Marc Ouellet. “O respeito dos livros sagrados – disse – é um comum denominador das grandes religiões” e “importantes pontos em comum tornam possível um diálogo com o Islão”, pontos como “a resistência à secularização e ao liberalismo, a defesa da vida humana, a afirmação da importância social da religião”. “O diálogo com os muçulmanos é mais importante do que nunca nas circunstâncias actuais – prosseguiu o Arcebispo do Quebeque – com a finalidade de promover juntos, para todos os homens, a justiça social, os valores morais, a paz e a liberdade”. “Confrontos muitas vezes difíceis necessitam de atitudes prudentes e de palavras adequadas, no âmbito de um diálogo inter-religioso aberto, verdadeiro, distante de discursos de circunstância”, advertiu. Os participantes no Sínodo propõem a organização do Fórum, fazendo votos de que o diálogo inter-religioso se estenda também às grandes “religiões da Ásia central e oriental”. Judaísmo Noutro ponto, o Sínodo defendeu que o diálogo entre cristãos e judeus deve intensificar-se a todos os níveis e não somente entre os peritos, através da difusão de uma leitura das Sagradas Escrituras que leve em consideração a tradição judaica. “O diálogo entre cristãos e judeus, nossos irmãos mais velhos – disse o Cardeal Ouellet – toca o coração da Igreja e do mistério da fé. Jesus e os doze apóstolos nasceram judeus e a Terra Santa é a primeira matriz da Igreja”. Por isso, “convém fazer das relações entre cristãos e judeus um assunto que diz respeito a todos os cristãos e não somente aos peritos do diálogo”. “Isso implica atitudes concretas: falar sempre dos judeus no presente, considerar a sua sobrevivência como um facto espiritual, acolher a abrangência universal do judaísmo, evitar todo tipo de teologia da substituição, deixar um lugar à leitura judaica na leitura cristã do Antigo Testamento, partilhar com os judeus a espera escatológica”, acrescentou. (Com Rádio Vaticano)

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