Papa intervém no Sínodo dos Bispos

Bento XVI retoma posições sobre a necessidade de definir critérios precisos para o estudo do texto bíblico na Igreja Bento XVI interveio no Sínodo dos Bispos, a decorrer no Vaticano, com uma reflexão sobre a exegese bíblica que não se encontrava no calendário dos trabalhos. O Papa pediu se supere o dualismo entre exegese e teologia que, em algumas ocasiões, leva a uma leitura sem fé da Bíblia. Falando a partir de apontamentos do seu caderno pessoal de notas e sentado no centro da sala sinodal, Bento XVI adiantou parte do trabalho que está a realizar para redigir o segundo volume do seu livro «Jesus de Nazaré». Particularmente, apresentou os critérios que o Concílio Vaticano II oferece na constituição dogmática Dei Verbum para a interpretação da Sagrada Escritura. O Papa considerou que, em geral, os exegetas têm em conta o critério da unidade de toda Escritura, mas descuram o da Tradição viva de toda a Igreja, transformando a Bíblia num livro do passado. “A exegese converte-se em historiografia”, lamentou. Segundo esta visão, na Alemanha, por exemplo, correntes exegéticas negam a instituição da Eucaristia e afirmam que o corpo de Jesus teria fica no túmulo. Deste modo “desaparece a presença do divino no histórico”, constatou Bento XVI. Segundo o Papa, para a vida e missão da Igreja é totalmente necessário superar o dualismo entre exegese e teologia, dado que “são dimensões de uma mesma realidade”. No primeiro volume da sua obra “Jesus de Nazaré”, Bento XVI afirma que o Jesus que encontramos nos Evangelhos é “muito mais lógico do ponto de vista histórico e também mais compreensível do que as reconstruções com que nos tivemos de confrontar nos últimos anos”. O Papa adverte que a obra não foi escrita contra a exegese moderna, mas alerta que “os piores livros, destruidores da figura de Jesus, desmanteladores da fé, estão cheios de supostos resultados da exegese”.

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