Sínodo 2024: «O que o Papa nos pediu para viver não é uma simples repetição do que sabemos» – D. Antonello Mura (c/vídeo)

Membro da presidência do Comité do Caminho Sinodal na Itália fala em «maneira diferente e nova de fazer missão»

 

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Roma, 25 out 2024 (Ecclesia) – D. Antonello Mura, bispo de Lanusei e Nuoro (Itália) e participante na Assembleia Sinodal em curso no Vaticano, afirmou que a dinâmica promovida por este processo “deve criar” uma nova forma de ser Igreja.

“O que o Papa nos pediu para viver não é uma simples repetição do que sabemos, do que sempre anunciamos, mas é uma nova forma de caminhar juntos, escutando, iniciando novos caminhos, coordenando iniciativas, para dar uma imagem não só real da Igreja, mas também atenta às sensibilidades de hoje”, disse à Agência ECCLESIA.

A assembleia sinodal, que decorre até domingo, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.

O responsável italiano, que participa por nomeação direta do Papa Francisco, considerou “naturais” as resistências à dinâmica sinodal.

“Há sempre alguém que diz que não vale a pena e há sempre alguém que diz que é demasiado, o que está a ser dito e vivido. Penso que tudo isto é, como dizia, inevitável, porque quando não se entra numa coisa nova, não é possível compreendê-la”, indicou o membro da presidência do Comité do Caminho Sinodal na Itália.

Se se ficar à margem ou à distância, só se pode julgar e não se pode acolher, portanto, rejeita-se. O Sínodo, creio, manifestará no tempo uma oportunidade, espero que ganha e não perdida, de viver a Igreja neste tempo”.

Foto: Lusa/EPA

D. Antonello Mura fala destas sessões sinodais como uma “experiência maravilhosa” que promoveu “o encontro com a catolicidade universal”.

“Digamos que a experiência, de perto, é muito proativa, de uma Igreja que tem muitas tonalidades, muita diversidade, mas que em alguns momentos como estes, e não só, manifesta também uma unidade subjacente, uma unidade que é riqueza também graças à diversidade”, observa.

O responsável levou cinco dos participantes no Sínodo à convenção da Diocese de Lanusei, a 19 de outubro, para que pudessem falar com a comunidade local “da sua experiência, da sua visão da Igreja, dos seus países de origem, colocando tudo isso numa partilha mais alargada”.

No final dos trabalhos, D. Antonello Mura diz-se “muito feliz, não só por regressar a casa”, mas por levar consigo “toda a experiência” que viveu.

“A esperança é poder convencer, não como uma imposição, mas como uma partilha, padres, leigos, que caminhar juntos hoje é uma maneira diferente e nova de fazer missão”, conclui.

Esta sessão da Assembleia Sinodal, iniciada a 2 de outubro, tem 368 membros com direito a voto, dos quais 272 são bispos; à imagem do que aconteceu 2023, mais de 50 votantes são mulheres, entre religiosas e leigas de vários países.

A eles somam-se, sem direito a voto, 16 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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