Bispo de Portalegre-Castelo Branco apresentou-se à Diocese

D. Antonino Dias chamou a atenção para os problemas da pobreza A Sé de Portalegre acolheu este Domingo a entrada solene do novo Bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias. A cerimónia contou com presença de 20 bispos e arcebispos do país, mais de uma centena de sacerdotes e diáconos e por cerca de 600 pessoas que lotaram, por completo, a catedral local. Na sua homilia, D. Antonino Dias, chamou a atenção para os problemas da pobreza e deixou vários apelos à Igreja desta Diocese. “Os ricos, que surgem de todos os quadrantes, sem excepção, incluindo cristãos, prometem e voltam a prometer… Os pobres, esses dão e dão-se sem demora. Este é, com certeza, o maior e principal desafio para uma Igreja serva e pobre que sabe que, para ser credível, tem de viver de toalha à cinta, amando e servindo, de forma criativa, concreta e libertadora”, atirou. Citando o trabalho desenvolvido pela Comissão Nacional Justiça e Paz na sensibilização da sociedade quanto às causas da pobreza, o prelado indicou que “o que realmente interessa é que os pobres sejam servidos e se sintam amados. Que se ajudem no que eles precisam e se lhes rasguem caminhos ou criem condições para que vivam com dignidade e se lhes dê oportunidade de valorizarem o seu capital humano e de participarem na construção da comunidade”. O novo Bispo, nomeado no passado dia 8 de Setembro, deixou votos de que “a nossa Diocese seja uma verdadeira escola e casa da comunhão, toda ela missionária e de rosto materno. A Diocese de Portalegre-Castelo Branco ficara sem Bispo a 8 de Janeiro deste ano, aquando da nomeação de D. José Alves como Arcebispo de Évora. “Não podemos permitir-nos a todos nós – Bispos, Padres, Diáconos, Consagrados e Leigos – que a rotina nos assalte e domine, e nos faça esmorecer ou desviar do essencial. Esta possível acomodação, que, aliás, é sempre uma ameaça, pode ter os seus custos: em vez de humildes servidores do Senhor nos irmãos, poder-nos-emos tornar em donos e senhores ensoberbecidos da Sua vinha, escravizando, tolhendo, desprezando, julgando, condenando e seleccionando com os critérios da simpatia e amizade, que nos fazem perder a autoridade e a dimensão profética da missão”, alertou o prelado. D. Antonino Dias assegurou que “uma acção pastoral que não nasça da paixão por Cristo e pelo seu Povo, ou se reduz à mera celebração de culto apressado e de relacionamento frio com as pessoas, ou não passa de mera agitação social que cansa e enerva, leva ao funcionalismo que se ocupa, olha e contempla ao grande espelho das iniciativas pontuais, talvez pessoalmente gratificantes para quem as promove, mas pouco ou nada evangelizadoras”. “Se não se considera o serviço da caridade como parte constitutiva da nova evangelização e da pastoral de toda a comunidade, não só falha o serviço, como também falha a evangelização que se converte em palavra vazia”, indicou. Para falar da sua transição do Minho para a Diocese de Portalegre-Castelo Branco, o novo Bispo citou José Régio: “venho desta raia minhota para estoutra, mais distinta e distante, que José Régio, à míngua de ver o seu querido mar de Vila do Conde, viu este Alentejo «Oceano de ondas de oiro», de «Serras deitadas nas nuvens», de «Campos verdes e amarelos, salpicados de oliveiras»”. Quanto ao futuro imediato, D. Antonino Dias espera que “toda a Diocese se abra de uma forma muito especial à Palavra de Deus e continue a sua caminhada de fé, com alegria e esperança, em conformidade com a programação já pensada, assumida e em andamento”. Notícias relacionadas • Homilia de D. Antonino Dias na sua entrada solene na Diocese de Portalegre-Castelo Branco FOTO: Diário do Minho

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