Tiago Torres afirma que a dinâmica criada entre comités organizadores paroquiais, a visita dos símbolos e a generosidade da «massa humana» vai ser continuada
Lisboa, 25 out 2024 (Ecclesia) – Tiago Torres, diretor do Departamento da Pastoral dos Jovens de Lamego, afirma que “a grande urgência” é dar aos jovens “espaço para estar, para crescer, para fazer caminhos juntos, para trabalhar, para servir”.
“É preciso não deixar esmorecer e é preciso dizer aos jovens: a jornada terminou, mas contamos convosco na mesma, queremos trabalhar convosco, precisamos de vocês, na Igreja, a trabalhar connosco porque a missão é tanto vossa como a de todos os outros”, sublinha.
Para o diretor do Departamento da Pastoral dos Jovens na Diocese de Lamego, é necessário continuar a acompanhar as novas gerações, que trabalha com generosidade, mas “à distância”, por causa da frequência do ensino superior.
“A massa humana de jovens que temos são de uma generosidade e de uma atividade impressionante, mas depois tem o desafio geográfico: só para termos um bocadinho a noção da equipa anterior, praticamente não havia ninguém que vivesse no território da diocese, porque os nossos jovens acabam o secundário e a trajetória normal é que avancem para estudos superiores fora do território, o que implica trabalho feito à distância e muito sacrifício”, explica à Agência ECCLESIA.
O responsável reconhece, no entanto, que a experiência fora do território diocesano “enriquece”, uma vez que os jovens “envolvem-se nas dinâmicas desses locais e, quando regressam, trazem um conjunto de outras experiências” para incrementar a “pastoral juvenil diocesana”.
Tiago Torres assume a direção do DPJ de Lamego com “muita alegria e muita responsabilidade”, herdeiro de uma dinâmica que a diocese já tem e que era acompanhada por si desde 2016; o jovem tem no seu caminho a ordenação diaconal, em dezembro, com vista à ordenação sacerdotal no próximo ano.
O responsável diz que a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 mostrou “uma grande capacidade de trabalho e de sacrifício” dos jovens para além do “grande entusiasmo”, talento musical, organização logística e uma “sede grande de momentos de paragem, de espiritualidade, de silêncio, de oração”.
O responsável reconhece ainda como fruto a criação dos Comitês Organizadores Paroquiais que, indica, poderem resultar em grupos.
“Podem não se chamar assim daqui para a frente, mas só podem dar grupos de jovens nas realidades paroquiais, que acompanham outros jovens, que lhes deem espaço, que lhes deem trabalho, serviço e onde eles se sintam verdadeiramente em casa”, vaticina.
Tiago Torres é um leigo, a caminho de ser ordenado diácono, mas indica haver uma “confiança” depositada em todos os batizados, e que a sua nomeação é fruto de “um trabalho desenvolvido há vários anos”, que conta agora com uma equipa de 16 pessoas que “quer por as mãos na massa”.
Se o trabalho realizado com a JMJ Lisboa 2023 foi “frutuoso”, mais importante, indica o responsável “é aquilo que acontece na vida individual de cada jovem”.
“Há as estruturas, há o trabalho, mas depois a jornada dá aos jovens um encontro pessoal com a pessoa de Jesus que provém de formas sempre surpreendentes e novas e é isso que nós temos de estar agora atentos para colher em cada jovem, de que forma é que esse encontro mexeu de tal forma que agora possa dar frutos nas comunidades, na vida de cada jovem, nos seus contextos”, explica.
A conversa com Tiago Torres vai estar no centro do programa ECCLESIA emitido este sábado, na Antena 1, pelas 6h.
LS
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