A Igreja não é uma abstracção

Nota Pastoral do bispo de Angra para o Dia da Igreja Diocesana Como já vai sendo habitual, no Domingo a seguir à data da criação da Diocese (3 de Novembro de 1534), celebra-se o Dia da Igreja Diocesana. Este ano será a 9 de Novembro: o 1º dia da Semana da Diocese, que vai até 16 de Novembro. Por feliz coincidência será também a Semana dos Seminários. Temos, pois, de 9 a 16 de Novembro, uma Semana densa de significado, que deve ser devidamente assinalada em todas as Ouvidorias. 1. No quadro das comemorações do centenário do nascimento de D. Jaime Goulart, presidirei à celebração do Dia da Igreja Diocesana na Paróquia da Candelária do Pico (9 de Novembro) e bem assim ao encerramento da Semana da Diocese na Sé Catedral de Angra (16 de Novembro). Sempre em Angra, haverá a Assembleia Diocesana das Direcções dos Movimentos Laicais e o Encontro Diocesano dos Serviços de Apoio à Pastoral. Além destas iniciativas de nível diocesano, cada Ouvidoria procurará promover acções de carácter celebrativo e formativo, com o intuito de evidenciar o sentido de Igreja e exprimir a comunhão, que nos une na mesma Igreja Local. A Igreja não é uma abstracção. Concretiza-se nas Igrejas Locais (Dioceses), em comunhão entre si e expressão elas mesmas de comunhão entre as várias comunidades e grupos, movimentos e serviços. A palavra de ordem do Papa aos Bispos portugueses, na recente Visita «ad Limina», foi precisamente esta: «construir caminhos de comunhão». Tal é a rota, traçada pelo Concílio Vaticano II, sempre actual e urgente. Comunhão afectiva e efectiva, que se traduz na Pastoral de Conjunto e também na partilha de bens. É dentro desta perspectiva, que o ofertório das Missas do fim-de-semana de 8 e 9 de Novembro está destinado aos serviços centrais da Diocese. No ano passado, o valor dos donativos e da colecta, por ocasião do Dia da Igreja Diocesana, foi de Euros 43.460,20 (Quarenta e três mil, quatrocentos e sessenta Euros e vinte cêntimos). Agradecemos a vossa generosidade, bem conhecendo também as vossas dificuldades. A situação financeira da Diocese está sob controle, mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Temos de permanecer vigilantes, activos e solidários. Aplicando com fidelidade o novo Regulamento da Administração dos Bens Eclesiásticos, que abre caminho à transparência e solidariedade efectivas. Nesse sentido, estamos gratos ao Ecónomo Diocesano, que, sob a orientação e com o apoio do Conselho Económico Diocesano, prossegue nesse árduo caminho de rigor e de contenção. Estamos bem encaminhados, mas não podemos distrair-nos e muito menos fecharmo-nos cada um no seu pequeno mundo. A Igreja é comunhão espiritual, que, a ser autêntica, se traduz em gestos concretos de partilha, a todos os níveis. Isso acontece, também hoje. É de toda a justiça assinalar e agradecer a generosidade das Ouvidorias, que têm suportado grande parte dos custos, não só das minhas viagens, mas também de iniciativas pastorais. O que, de algum modo, tem permitido manter, apesar de tudo, uma certa normalidade de acção pastoral. 2. A Semana da Diocese é também a Semana dos Seminários. Todos nós estamos convencidos da importância do Seminário numa Diocese. Para além de todo o envolvimento dos leigos na vida e na missão da Igreja, que se deve incrementar, na senda da renovação conciliar, não se pode descurar a animação vocacional para o ministério ordenado. A Semana dos Seminários é uma boa ocasião para isso. Não só a partir do Seminário e com os seminaristas, mas também envolvendo as comunidades paroquiais e os movimentos, as famílias e os grupos. Importa rezar mais e agir mais em prol das vocações sacerdotais. Em colaboração com alguns párocos, o Seminário e os seminaristas têm promovido acções significativas nesse sentido. Como fruto desse trabalho de conjunto, sete novos seminaristas deram entrada no Seminário Episcopal de Angra, que, neste ano lectivo 2008/09, contará com 24 seminaristas. Demos graças a Deus! E procuremos merecer estas vocações sacerdotais, que o Senhor nos envia. Mobilizando-nos para a missão. Com S. Paulo e como S. Paulo. Promover as vocações ao ministério ordenado não significa clericalizar a Igreja. Todos os baptizados são co-responsáveis pela missão evangelizadora da Igreja. Segundo a própria graça e ministério, cada um deve aplicar a si o grito de S. Paulo: Ai de mim, se não anunciar o Evangelho (1 Cor 9, 16)! D. António, Bispo de Angra

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