Encontro juntou à mesma mesa diferentes organismos da Igreja Católica que atuam nas respostas às situações sociais
Santarém, 22 out 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana promoveu hoje um encontro entre os vários organismos da Igreja Católica que respondem a carências sociais para conhecer os problemas existentes em Portugal e as respostas dadas localmente.
“Precisamos, na Conferência Episcopal, de estar muito ao corrente daquilo que é emergente do ponto de vista das dificuldades e daquilo que são as respostas que surgem, quer da parte do Governo, quer das instituições que têm a cooperação e que estão no terreno, também com as suas dificuldades”, disse D. José Traquina à Agência ECCLESIA.
Por iniciativa da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, reuniram-se hoje em Santarém os secretariados diocesanos do setor social e da mobilidade humana, a cáritas de cada diocese, assim como diferentes organismos que atuam na resposta aos problemas sociais da sociedade, nomeadamente a União das Misericórdias Portuguesas e a Confederação das Instituições Particulares de Solidariedade Social.
Para D. José Traquina, a partilha das “dificuldades de todas as dioceses de Portugal” permite “conhecer as diferenças” e os “desafios que são colocados às instituições” para que a Conferência Episcopal possa “ter um mapa onde as coisas acontecem, onde as dificuldades se encontram”.
O presidente da Comissão Episcopal valorizou o trabalho desenvolvido pelos organismos que permitem um visão sobre o “todo nacional” no vários âmbitos da sociedade, nomeadamente a pastoral social, da saúde, prisional, do turismo, dos migrantes.
D. José Traquina disse também que os organismos que atuam em nome da Igreja Católica têm de ter em conta a “identidade cristã de acolhimento e de cuidado com o próximo”, uma marca transversal das comunidades cristãs.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana referiu-se aos problemas dos casais novos, das crianças, das pessoas idosas, das pessoas com deficiência, dos migrantes e doa que estão privados de liberdade, afirmando que “toda a realidade deve fazer parte da preocupação da comunidade cristã”.
“Tudo isto devem também os bispos conhecer, porque os bispos precisam de intervir, mas têm que estar muito fundamentados e conhecedores do que se passa”, acrescentou, sugerindo aos vários serviços que ativem a comunicação com o episcopado e convidem os bispos de Portugal a “presenciar as situações”, intervindo “com fundamento” e no que “deve ser dito à luz do Evangelho”.
D. José Traquina lembrou que há “milhares de pessoas envolvidas na Pastoral Social”, que “discretamente dão o seu melhor” e que estão “empenhada no bem comum” e que “merecem ser reconhecidas”, manifestando disponibilidade para “aprender”, porque “a sociedade muda” e os “desafios também mudam”.
Para o secretário da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, padre José Manuel Pereira de Almeida, o encontro desta terça-feira foi uma “uma reunião de escuta recíproca”, que permitiu ver “a diversidade e as semelhanças da problemática nos vários âmbitos diocesanos”.
“Creio que foi muito enriquecedor porque temos a ideia de que grandes temas são partilhados por todos, mas não há nada como dar a voz àqueles que têm as mãos na massa, os pés assentes na terra”, afirmou o sacerdote.
O secretário da Comissão Episcopal lembrou que, “mais do que verticalmente”, a aposta do Secretariado Nacional da Pastoral Social, desde há cinco anos, valoriza “a dimensão local”.
“É importante pensar globalmente, mas agir localmente”, afirmou o padre José Manuel Pereira de Almeida, valorizando o trabalho entre os vários grupos da ação social para que “não andem todos de costas voltadas como se os outros não existissem”.
O encontro dos grupos ligados à Pastoral Social decorreu na Casa Episcopal de Santarém, onde é bispo diocesano D. José Traquina.
CB/PR