Papa proclamou 14 novos santos, no Dia Mundial das Missões, apresentando-os como exemplo de serviço aos outros
Cidade do Vaticano, 20 out 2024 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano que a Igreja deve evitar “sonhos de glória” e de poder, como aconteceu com os primeiros discípulos, que pensavam em Jesus como um “Messias vitorioso”, que lhes daria “um lugar de honra”.
“Muitas vezes, na Igreja, há este pensamento: a honra, o poder”, referiu, na homilia da Missa que assinala o Dia Mundial das Missões 2024, na Praça de São Pedro.
Francisco sublinhou que Jesus, pelo contrário, revelou um “Deus de amor, que se abaixa para chegar aos que estão em baixo, que se faz fraco para levantar os fracos,; que trabalha pela paz e não pela guerra, que veio para servir e não para ser servido”.
A cerimónia iniciou-se com o rito de canonização de 14 santos da Igreja Católica, incluindo o fundador dos Missionários da Consolata, padre José Allamano.
Os outros santos são Manuel Ruiz Lopez e sete companheiros, da Ordem dos Frades Menores, e Francisco, Mooti e Raphael Massabki, leigos, todos mortos por “ódio à fé” em Damasco (Síria) entre 9 e 10 de julho de 1860; Marie-Leonie Paradis (nascida Virginie Alodie), fundadora da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família; e Helena Guerra, fundadora da Congregação das Oblatas do Espírito Santo, conhecidas como as “Irmãs de Santa Zita”.
“Estes novos santos viveram o estilo de Jesus: o serviço. A fé e o apostolado que realizaram não alimentaram neles desejos mundanos e avidez de poder; pelo contrário, eles fizeram-se servidores dos seus irmãos, criativos em fazer o bem, firmes nas dificuldades, generosos até ao fim”, sustentou o Papa.
A canonização é a confirmação, por parte da Igreja Católica, de que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Francisco convidou a seguir o “estilo de Deus, que se faz último para que os últimos sejam erguidos e se tornem os primeiros”.
“Vence não quem domina, mas quem serve por amor”, indicou, repetindo a frase à multidão presente no Vaticano.
A homilia destacou a importância de “mudar de mentalidade”, perante os critérios de sucesso e de poder do mundo atual, para aprender “o estilo de Deus: o serviço”.
É a isto que devemos aspirar: não ao poder, mas ao serviço. O serviço é o estilo de vida cristão. Não se trata de uma lista de coisas a fazer, como se, uma vez realizadas, pudéssemos considerar terminado o nosso turno”.
O Papa falou de um serviço que “não conhece fronteiras, não faz cálculos”, porque “nasce do coração, um coração renovado pelo amor e no amor”.
“Quando aprendemos a servir, cada gesto de atenção e cuidado, cada expressão de ternura, cada obra de misericórdia torna-se um reflexo do amor de Deus. E assim continuamos a obra de Jesus no mundo”, observou.
Francisco evocou as figuras dos novos santos, “servos fiéis, homens e mulheres que serviram no martírio e na alegria”, “sacerdotes e consagradas com o fervor da paixão missionária”.
“Supliquemos com confiança a sua intercessão, para que também nós possamos seguir Cristo, segui-lo no serviço, e tornarmo-nos testemunhas de esperança para o mundo”, concluiu.
A frase bíblica ‘Ide e convidai a todos para o banquete’, da parábola evangélica do banquete nupcial do Evangelho de São Mateus (Mt 22, 9), dá tema à mensagem do Papa para o 98.º Dia Mundial das Missões, que se celebra hoje.
OC
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