Relator geral do Sínodo dos Bispos fala da importância de falar das Escrituras e de abrir o diálogo às outras religiões O Cardeal canadiano Marc Ouellet, Arcebispo do Quebeque, apresentou esta segunda-feira ao Sínodo dos Bispos a relação geral, uma espécie de relatório introdutório que orienta a primeira fase dos trabalhos iniciados este Domingo. Para o relator geral do Sínodo, esta assembleia magna dos episcopados deve procurar “estratégias novas, simples e atraentes para desenvolver o gosto e a prática da leitura contínua, comunitária e pessoal, da Palavra de Deus”. O Cardeal canadiano abordou em detalhe a interpretação eclesial da Palavra de Deus, seus elementos problemáticos, o sentido espiritual das Escrituras, e enfim, a relação entre exegese e teologia. D. Ouellet explicou que ambas se interessam pelo mesmo objecto, a Palavra de Deus, mas com perspectivas diferentes e complementares. “Métodos exegéticos e teológicos – segundo o pronunciamento do relator-geral do Sínodo – devem reflectir a interdependência da ‘letra’, do Espírito e da fé, no trabalho de interpretação da Palavra”. Após repassar brevemente a questão histórica, o “Jesus do Evangelho”, e a “Igreja, serva da Palavra”, D. Marc Ouellet tocou ainda o importante tema do diálogo com as nações e as religiões. “Entre os interlocutores dos diversos diálogos da Igreja com as nações, o povo hebraico – disse ele – ocupa um lugar particular, pois é o herdeiro da primeira Aliança, com o qual compartilhamos as Sagradas Escrituras. E esta herança comum convida à esperança”. “O Judaísmo e o Islamismo, ou seja, as duas religiões que, como o cristianismo, descendem do mesmo pai, Abraão, são aliados da Igreja Católica na luta contra a secularização e o liberalismo e pelo reconhecimento do papel público da fé”, disse ainda. Por último, no que concerne à Palavra de Deus como serviço ao homem, o Cardeal canadiano afirmou que a actividade missionária da Igreja encontra as suas raízes na missão de Cristo e do Espírito, que releva e difunde a comunhão trinitária em todas as culturas do mundo. “A dimensão salvífica universal do mistério pascal de Cristo pede o anúncio da Boa Nova a todas as nações e também a todas as religiões”, concluiu. (Com Rádio Vaticano)