João Paulo II manifestou-se preocupado com a situação da Igreja na Bélgica, por causa da falta de sacerdotes e do afastamento dos fiéis, interrogando-se sobre se esta sociedade terá “virado as costas” à suas raízes cristãs». “As informações que me chegam em relação à situação da vossa Igreja são particularmente preocupantes para mim”, assegurou aos bispos belgas, em visita “ad Limina” no Vaticano. A adopção de uma lei sobre a eutanásia foi interpretada pelo Papa como um sinal de que a sociedade belga “virou as costas às suas raízes cristãs que, contudo, a fazem viver em profundidade”. O Papa mostrou uma particular inquietação perante a significativa queda da prática religiosa, relativa tanto às eucaristias dominicais como à celebração de sacramentos como o baptismo e o matrimónio. “A importante diminuição do número de padres e a crise persistente de vocações são assuntos de graves preocupações para vós”, disse João Paulo II à delegação belga. Neste contexto, o Papa qualificou de «inquietante» a nova legislação nacional que «afecta as dimensões fundamentais da vida humana e social, como o nascimento, o matrimónio, a família e também a doença e a morte». Nesse sentido, prosseguiu, “é importante que os pastores façam sempre ouvir a sua voz para reafirmar a visão cristã da existência” e que os padres sejam mais do que “o animador ou o coordenador da comunidade».