«A palavra que levo comigo é a da esperança», disse D. Armando Esteves Domingues, que quer estar com as pessoas «de forma demorada»
Angra do Heroísmo, Açores, 25 set 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra, D. Armando Esteves Domingues, vai a começar as visitas pastorais à diocese, previstas no Direito Canónico, este sábado, pela Ilha das Flores, a mais periférica, até 6 de outubro.
“A palavra que levo comigo é a da esperança. Já conheço todas as ilhas, a sua geografia, em grandes assembleias das comunidades, mas não é aí que se conhecem verdadeiramente as comunidades”, disse o bispo, ao sítio online diocesano ‘Igreja Açores’.
D. Armando Esteves Domingues explica que, o “bispo faz visitas pastorais por causa dos cristãos”, e esse “levar esperança” é estar com as pessoas “de forma demorada, com tempo”, para perceber os dinamismos próprios de cada comunidade.
“Quero poder estar no meio do povo e confirmar na fé e na vida pastoral todos os que estão empenhados na vida da Igreja e também aqueles que sendo batizados se afastaram”, acrescentou.
D. Armando Esteves Domingues tomou posse como bispo de Angra no dia 15 de janeiro de 2023, e vai começar as visitas pastorais, previstas canonicamente, que pretendem “ir para além de uma certa superficialidade do social”
A ilha das Flores, que o bispo visita de 28 de setembro a 6 de outubro, tem uma Ouvidoria e 11 paróquias em três zonas pastorais – de Santa Cruz, das Lajes e das Fajãs -, um diácono e três padres, e 27 impérios/irmandades.
Para o ouvidor da ilha das Flores, a visita do bispo “é um acontecimento eclesial profundo”, e este “acontecimento único” deve ser “um momento de avaliação, de crescimento evangélico e de compromisso comunitário”.
“Um momento de avaliação quer dizer um momento de balanço. Não como uma empresa humana, mas vendo os aspetos positivos os sinais através dos quais o Reino cresceu; encarando de frente os fracassos, os aspetos negativos; tentando tirar lições e trabalhando para o futuro”, desenvolveu o monsenhor José Constância, que vai para outra ilha em outubro, citado pelo portal diocesano.
Durante uma semana, o responsável diocesano vai percorrer todas as comunidades da ilha, visitar escolas, instituições particulares de solidariedade social, apresentar cumprimentos às autoridades civis, e tem previsto encontros “com projetos económicos relevantes”.
“A presença do bispo consiste em confirmar a fé mas também no reavivar do dom da fé que existe em todos, contribuindo para que se cresça na comunhão, na participação e na missão, não apenas para fazer coisas mais bonitas mas para fazer encarnar a vida do Evangelho nas estruturas do mundo, a começar nas comunidades cristãs” – D. Armando Esteves Domingues.
O bispo de Angra explica que conhecer as comunidades “é fazê-las olhar para a frente, também”, e lembrou o horizonte de esperança dos próximos 10 anos, a diocese celebra o Jubileu dos 500 anos da sua criação, em 2034.
O Conselho Pastoral de Ouvidoria, com cerca de trinta pessoas, é presidido, pela primeira vez, por um leigo, António Maria Gonçalves, natural da Fazendo (Lajes), que foi escolhido em plenário, no dia 5 de setembro; para o ouvidor, “a grande saída evangélica é colocar a Igreja das Flores, sobretudo, nas mãos dos leigos e leigas”.
A Ouvidoria das Flores, na ilha do Grupo Ocidental açoriano, tem uma Escola de Formação de Leigos, a ‘Raízes de Esperança’: Cultura, Espiritualidade e Formação, e serviços ligados à pastoral da Palavra, Celebração e Social.
Com um elevado número de idosos, o segundo grupo mais expressivo tem mais de 65 anos e representa quase 20% da estrutura demográfica, e uma baixa taxa de natalidade, segundo os censos, entre os 3429 habitantes, tem 207 pessoas provenientes da América, Ásia, África e Europa; 57,57% da população tem idades entre os 25 e os 64 anos, destaca o sítio online ‘Igreja Açores’, uma “ilha de presença internacional”, realçou monsenhor José Constância.
Para este ano pastoral 2024/2025, D. Armando Esteves Domingues tem agendado mais três visitas, São Jorge, ainda este ano, e Santa Maria e Graciosa, em 2025.
CB/OC