Igreja atenta às autárquicas em Moçambique

Os quase três milhões de eleitores moçambicanos vão hoje a votos nas terceiras eleições autárquicas da história do país, nas quais estão em disputa a presidência e as assembleias municipais de 43 autarquias do país. Os Bispos católicos de Moçambique esperam que os cidadãos dêem sua contribuição para que as eleições sejam oportunidade de reforçar a democracia no país. “Somos todos chamados a contribuir, como cidadãos, na obra de reforço da democracia, como um passo importante na construção do bem comum”, afirmavam os prelados, na Carta Pastoral intitulada “Por eleições livres, justas e transparentes”. Na Carta Pastoral, a Conferência Episcopal reconhece que das últimas eleições emerge o desejo do povo moçambicano de reforçar a sua jovem democracia. Os Bispos destacam, de modo especial, o desejo dos moçambicanos em construir um Moçambique melhor, através da recuperação dos valores da tolerância e do respeito recíproco, que se perderam durante a longa guerra civil (1975-1992). Os Bispos afirmam que as eleições “são a maior expressão da democracia, uma forma privilegiada através da qual o cidadão exerce o seu direito e dever de participar na melhoria das condições de vida próprias e de seu povo”. O documento sugeriu algumas indicações para permitir a realização livre e pacífica de eleições. Entre elas, estava a divulgação ao maior número possível de cidadãos da legislação eleitoral; a conclusão do recenseamento eleitoral; uma campanha eleitoral livre e transparente e o respeito das regras eleitorais, seja por parte das instituições, como por parte dos cidadãos (em especial, os Bispos recordam que o voto é secreto e ninguém pode ser obrigado a revelar a própria escolha). Em relação aos critérios para a escolha do voto, o documento destaca a seriedade dos partidos políticos, na escolha de “líderes competentes, honestos e credíveis”, orespeito pelo adversário, durante a campanha eleitoral, e a abertura ao diálogo e à tolerância. No ponto 13 do documento, a Conferência Episcopal pede aos observadores nacionais e internacionais que ajudem a “denunciar abusos e irregularidades”.

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