Revista jesuíta publica encontros de Francisco com membros da Companhia de Jesus, na Indonésia, Timor-Leste e Singapura
Roma, 24 set 2024 (Ecclesia) – O Papa interveio junto das autoridades do Mianmar pela libertação de Aung San Suu Kyi, oferecendo a mediação do Vaticano, segundo revelou numa conversa com jesuítas, na sua recente viagem à Ásia e Pacífico (2 a 13 de setembro).
“Pedi a libertação da senhora Aung San Suu Kyi e recebi o seu filho em Roma. Sugeri que o Vaticano a recebesse no nosso território”, disse Francisco, numa conversa divulga hoje pela revista ‘La Civiltà Cattolica’, da Companhia de Jesus, dirigida pelo jesuíta português padre Nuno Gonçalves.
Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz, cumpre uma pena de 27 anos de prisão desde o golpe militar de fevereiro de 2021, que pôs fim a 10 anos de transição democrática em Mianmar (antiga Birmânia).
“Não podemos ficar calados: é preciso fazer alguma coisa! O futuro do vosso país deve ser uma paz baseada no respeito pela dignidade e pelos direitos de todos, no respeito por uma ordem democrática que permita a todos contribuir para o bem comum”, referiu Francisco a jesuítas birmaneses, na Nunciatura Apostólica de Jacarta.
O Papa destacou que “os símbolos políticos devem ser defendidos”, pedindo “uma ordem democrática que permita a cada um contribuir para o bem comum”.
Respondendo às perguntas dos jesuítas em Timor-Leste, Francisco falou sobre a justiça social como “parte essencial e integrante do Evangelho”.
“A justiça social deve levar em conta as três linguagens humanas: a linguagem da mente, a linguagem do coração e a linguagem das mãos. Ser um intelectual abstrato da realidade não ajuda no trabalho pela justiça social; o coração sem intelecto também não serve; e a linguagem das mãos sem coração e sem intelecto não ajuda em nada”, indicou.
OC
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