D. Januário Torgal Ferreira lamenta que os pobres não sejam a «primeira prioridade» dos planos pastorais Os pobres “não são a primeira prioridade dos planos pastorais da Igreja em Portugal” – disse à Agência ECCLESIA D. Januário Torgal Ferreira, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social. Termina hoje (11 de Setembro), em Fátima, o I Congresso da Pastoral Social sobre «Intervir na Sociedade, Hoje! Memória e Projecto». Apesar de reconhecer que existem muitos cristãos “que de forma exemplar estão junto dos problemas das pessoas”, D. Januário Torgal Ferreira apela a um maior empenho junto dos mais necessitados. A atitude de “proximidade” dos cristãos é uma mais valia. “Um humanismo exemplar” – realça. Para o vogal da Comissão Episcopal, a questão dos Direitos Humanos deveria ser uma prioridade. “Temos feito muito no domínio da pobreza e na eliminação da solidão das pessoas, mas faltam vozes na Igreja em Portugal na questão dos Direitos Humanos”. Olhando para a História da Igreja, D. Januário Torgal Ferreira refere o trabalho feito por D. António Ferreira Gomes nesta área. Este ano, foi publicado o livro «As Provas», do «famoso» bispo do Porto onde estes aspectos são focados. “Uma obra que honra a Igreja em Portugal” – disse o vogal. Igualmente natural do Porto, mas bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins “também denunciou de forma profética” estes dramas. “Foi porta-voz dos humildes e dos miseráveis” – salienta D. Januário. Hoje, ao olhar para a realidade portuguesa, o vogal da Comissão sente “um silêncio avassalador”. A Igreja portuguesa deverá “estar aberta à modernidade”. Estar atenta aos novos fenómenos e “abrir caminhos no domínio social.” E cita um exemplo: “o trabalho com os imigrantes”. A Igreja “não pode ficar sossegada” nesta área.