Centro Social Paroquial na Cova da Piedade vai acolher padres em «fases mais delicadas da sua vida»
Setúbal, 03 set 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Setúbal assinou esta segunda-feira um protocolo de cooperação com o Centro Social Paroquial Pe. Ricardo Gameiro, na Cova da Piedade, Almada, para o acolhimento dos sacerdotes doentes ou idosos.
Em nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, a diocese sadina precisa que o acordo visa prestar apoio aos membros do clero que “precisam de acompanhamento em fases mais delicadas da sua vida”.
A instituição tem três residências seniores em Almada, onde os sacerdotes serão recebidos “da mesma forma como são acolhidos outros utentes”, pagando com a sua reforma.
A Diocese de Setúbal assumirá o restante valor através do Fundo Diocesano para o Clero, garantindo assim o pagamento integral da mensalidade.
“É uma obrigação da Diocese de Setúbal em relação aos seus padres, como de qualquer diocese em relação aos seus padres, de corresponder àquilo que são as necessidades que a vida ou a doença podem trazer na vida de qualquer um”, explica o cardeal D. Américo Aguiar, bispo sadino.
A opção de fazer protocolo com instituições da área social tem a ver, segundo o responsável, com a falta de “escala” para soluções próprias.
“Quando uma diocese como a nossa não tem uma dimensão ou um número de sacerdotes que permitam ter escala para ter equipamentos próprios para responder a essas necessidades, uma das soluções é que procuremos encontrar as respostas junto das respostas que já existem”, afirma D. Américo Aguiar, na nota enviada aos jornalistas.
O bispo de Setúbal acrescenta que acrescentando que as instituições “têm capacidade para corresponder, são das melhores respostas que existem no território.
“Este protocolo com o Centro Social Paroquial Pe. Ricardo Gameiro há de ser o primeiro de vários que possam ser realizados, de maneira a que qualquer um dos nossos sacerdotes que, por doença ou por velhice, tenha necessidade de ser acolhido em qualquer estabelecimento e qualquer equipamento, o possa fazer de uma maneira mais protocolar e institucional, como é o protocolo que assinamos”, adianta.
Ana Luísa Caixas, vice-presidente da instituição, e uma das mais antigas profissionais da casa, explica que a preocupação com os sacerdotes existe desde o início da instituição, há 51 anos.
“Desde que abrimos portas, criamos condições para acolher aqui o sacerdote responsável pela instituição, e mais tarde outros. Achávamos que o sacerdote não devia sair do sítio onde estava habituado e onde ainda poderia ser visitado pelos seus paroquianos e pelos seus familiares”, refere.
A responsável sublinha ainda que os sacerdotes podem “servir ainda a instituição, na celebração da Eucaristia, no terço ou até para administrar o sacramento da Santa Unção, o sacramento aos doentes, que é tão necessário nas nossas casas quando é pedido pelo utente”.
A assinatura do protocolo foi feita durante o habitual encontro de início de ano letivo dos cerca de 320 trabalhadores da instituição que tem valências na área da infância e da terceira idade.
OC