Viagem mais longa do atual pontificado vai decorrer de 2 a 13 de setembro
Cidade do Vaticano, 27 ago 2024 (Ecclesia) – O cardeal Luis Antonio Tagle, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização (Santa Sé), considerou “significativo” que o Papa visite a Indonésia e Timor-Leste na mesma viagem, após uma “história de luta” entre os dois países.
“É uma paz frágil, mas que, graças a ambos, parece duradoura. Em Timor, o relacionamento entre a Igreja local e o governo é muito bom”, indica o responsável da Cúria Romana, em entrevista divulgada pelo portal de notícias do Vaticano.
O cardeal filipino sublinha que a Igreja Católica “foi um dos pontos de referência para a população durante a guerra pela independência” de Timor-Leste.
Francisco vai iniciar a 2 de setembro a viagem mais longa do seu pontificado, com passagens por Jacarta (Indonésia), de 3 a 6 de setembro; Port Moresby e Vanimo (Papua-Nova Guiné), de 6 a 9 de setembro; Díli (Timor-Leste), de 9 a 11 de setembro; e Singapura, de 11 a 13 de setembro.
A chegada a Timor-Leste está prevista para as 14h10 (hora local, menos oito em Lisboa) de 9 de setembro, seguindo-se a cerimónia de boas-vindas no Palácio Presidencial de Díli, antes do primeiro discurso papal, perante autoridades políticas e representantes da sociedade civil.
O programa do dia 10 de setembro inclui uma visita a crianças com deficiência na Escola “Irmãs Alma”, antes do encontro com membros do clero e institutos religiosos, na Catedral da Imaculada Conceição; de tarde, Francisco preside à Missa na esplanada de Taci Tolu, onde são esperadas milhares de pessoas.
A passagem por Timor-Leste encerra-se a 11 de setembro, após o encontro com jovens no Centro de Convenções.
José Ramos-Horta, presidente timorense, disse à Lusa que a visita pontifícia apresenta desafios de logística, precisando que “o Governo tem de estar preparado” para assegurar água e alimentação aos participantes nos eventos.
O executivo estima a capital timorense acolha cerca de 700 mil pessoas, durante os três dias da viagem de Francisco.
Ramos-Horta afirmou que o Governo “não tem poupado esforços e movimentação de dinheiro”, considerando que “as infraestruturas estão a andar muito bem” e que “a própria equipa técnica da Santa Sé está impressionada com a mobilização timorense”.
A Missa central da viagem vai decorrer em Tasi Tolu, o mesmo local que acolheu o Papa João Paulo II a 12 de outubro de 1989, na primeira visita de um pontífice ao território, antes da independência timorense.
Timor-Leste, com mais de 95% de católicos na sua população, é um dos únicos países asiáticos onde a Igreja Católica é maioritária, juntamente com as Filipinas.
Além das visitas à Terra Santa e Médio Oriente/Península Arábica, o Papa fez até hoje várias viagens à Ásia oriental: Coreia do Sul (2014), Sri Lanka e Filipinas (2015), Myanmar e Bangladesh (2017), Tailândia e Japão (2019) e Mongólia (2023).
OC