Diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações fala em «tempo aflitivo»
Fátima, 12 ago 2024 (Ecclesia) – A diretora da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM) disse hoje que a greve às horas extraordinárias na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) é um sintoma da falta de recursos humanos e da sobrecarga dos funcionários.
“Nós sentimos e sabemos que os funcionários da AIMA estão, alguns, a entrar em burnout. Portanto, estão mesmo a trabalhar fora de horas”, referiu Eugénia Quaresma, na conferência de imprensa de apresentação da peregrinação nacional do migrante e do refugiado ao Santuário de Fátima, que decorre nos dias 12 e 13 de agosto.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) convocou uma greve às horas extraordinárias na AIMA, por falta de recursos humanos; o pré-aviso de greve tem um prazo entre 22 de agosto e 31 de dezembro.
A diretora da OCPM admitiu que as mudanças legislativas, neste campo, geraram um “tempo aflitivo”.
“Este tempo de transição está a ser aflitivo, apesar de todos os esforços para que as pessoas mantenham a calma e a serenidade”, observou.
A verdade é que os recursos não estão a ser suficientes, está a ser repetido por diferentes instituições. Esta greve anunciada é mais uma voz a dizer que os recursos não são suficientes e, portanto, é nisto que se tem de trabalhar”.
Eugénia Quaresma foi ainda questionado sobre o impacto do plano do Governo para as migrações, particularmente o fim da manifestação de interesse como condição para os imigrantes poderem aceder a autorização de residência em Portugal.
A responsável sublinhou que existiu um “uso indevido” destas manifestações, que “criaram um problema ao sistema”.
Para a diretora da OCPM, a nova medida “ainda não resolve tudo”.
“Continuamos aqui com um vazio relativamente à questão de quem já está ou de quem tem um processo pendente”, precisou.
Eugénia Quaresma pediu “tempo” para “melhorar as condições e os recursos que estão no terreno”.
OC
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