Cardeal aborda as várias iniciativas que constituem o ano jubilar que se prolonga até dezembro de 2025
Setúbal, 18 jul 2024 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, quer que cada um dos diocesanos se sinta “protagonista” do jubileu dos 50 anos da criação da diocese, cujas comemorações arrancaram na terça-feira.
“E eu quero e desejo que cada um, dos jovens aos avós, dos avós aos pais, de modo transversal, aos batizados e aos homens e mulheres de boa vontade deste território, aceitem o desafio, cada um da maneira como é, a dar a sua colaboração para continuarmos a construir este projeto de Deus, este sonho de Deus, que é a Diocese de Setúbal”, afirmou o cardeal em declarações à Agência ECCLESIA.
O Papa São Paulo VI criou a diocese sadina a 16 de julho de 1975, com a Bula “Studentes Nos”, tendo por isso sido convocado um ano jubilar diocesano que termina em dezembro de 2025.
Nós queremos e desejamos que cada um se sinta protagonista”, sublinha o cardeal D. Américo Aguiar.
A celebração com a oração “Te Deum” na Igreja Catedral de Setúbal, realizada esta quarta-feira, marcou a abertura do ano jubilar diocesano, que é composto por várias iniciativas, entre elas a peregrinação a quatro igrejas jubilares – a catedral, o real Santuário de Nossa Senhora da Atalaia, o Santuário Nacional de Cristo Rei e o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel.
Estes são “quatro faróis, quatro marcas que os peregrinos podem peregrinar para acolherem no seu coração a indulgência plenária concedida pelo nosso querido Papa Francisco”, assinala D. Américo Aguiar, falando nos gestos de misericórdia da Igreja para com os fiéis que procuram o arrependimentos das ações.
“Nós queremos que a peregrinação seja motivo de conversão, porque, eu dizia muitas vezes, nós às vezes vamos a pé a Fátima ou fazemos o caminho de Santiago e podemos chegar a casa, no regresso, e apenas estarmos cansados fisicamente. É importante, mas é pouco. Nós queremos que haja uma conversão, uma conversão interior de uma peregrinação, que também é física, também é geográfica, mas que aconteça no coração de cada um”, frisou.
Fora do território diocesano estão agendadas também peregrinações ao Santuário de Fátima (9 de novembro), a Santarém (27 de abril de 2025), a Santiago de Compostela, Espanha (31 de agosto a 7 de setembro de 2025) e a Roma, Itália (1 a 3 de dezembro de 2025).
O bispo de Setúbal explica que o intuito da programação deste ano jubilar foi que fosse “muito envolvente e transversal à sociedade sadina, com as forças vivas da diocese, das paróquias” e que traduzisse a relação com “as autarquias municípios, com as autarquias freguesias, com as associações culturais recreativas e desportivas, que é uma marca muito significativa deste território”.
“Fomos pedindo que cada instituição, à sua maneira, com as suas possibilidades, marcasse o 2025 com esta especial referência à criação da diocese e ao ano santo de 2025”, relata.
Um dos objetivos do ano jubilar é a organização de estudos históricos sobre a história geral da Península de Setúbal. “Nós encomendámos [um estudo] a uma comissão, que foi constituída com especialistas em várias áreas, da Teologia à Geografia, da Geografia à Mobilidade, da Mobilidade ao Urbanismo, do Urbanismo à História”, explica o bispo, que acrescenta que destaca que apesar da missão da Igreja ser sempre a mesma a estrutura, ao longo dos tempos, “tem que se adaptar ao território”. “Eu estou convencido que, nestes 50 anos, é preciso fazer umas adaptações à estrutura da presença da Igreja no território. E, por isso, estou muito curioso, muito orante, para aquilo que possa vir a ser a proposta que essa comissão nos venha a oferecer para depois ser discutida, ser digerida e ser assumida no coração do Conselho Diocesano Pastoral, nos Conselhos Paroquiais Pastorais, e com todas as forças vivas deste território”, refere. De acordo com D. Américo Aguiar, o intuito é que nos próximos anos seja possível experimentar a “nova recomendação de uma nova estrutura de presença da Igreja no território”. Além disso, a ideia de um projeto livro “À descoberta da Diocese de Setúbal” dirigido a crianças e a jovens, num enquadramento histórico que enriquece a leitura do passado e o presente sobre a história da diocese de Setúbal, também está nos planos deste ano jubilar. “Tem a ver com uma história mais banda desenhada e mais infanto-juvenil, daquilo que é a história desta diocese, para tentarmos ir ao encontro daquilo que são os mais novos”, descreve D. Américo Aguiar. O bispo de Setúbal acredita que a geração mais nova não conhece a história da criação da diocese e os protagonistas e que, por isso, “todas as ferramentas, todos os métodos e todas as expressões” à disposição para ir ao encontro de cada um, vão ser agarradas “com as duas mãos”. Quanto à revisão do mapa diocesano, que surgiu da necessidade de dar uma resposta a uma realidade social e urbana que se tem alterado, D. Américo Aguiar diz que este é um caminho que deve ser “todos, todos, todos”. “Se isto fosse uma via-sacra, estávamos na primeira estação”, diz acerca do processo de reconfiguração do mapa territorial. “Eu tenho consciência que mexer na estrutura, no mapa paroquial, que estamos habituados há séculos ou milénios, porventura, é muito sensível. E, por isso, o que vamos fazer vai ser feito com muita calma, com audição de todos, com a coparticipação de todos e, depois, chegará o momento da decisão”, assinala. |
Os jubileus das Dioceses de Santarém e Setúbal, criadas ambas no dia 16 de julho de 1975, estão hoje em destaque no programa ECCLESIA, transmitido pelas 14h12, na RTP2.
LJ/OC