Podem ser pouco mais do que um período inscrito em calendários e rotinas escolares, empresariais e pessoais; ou corresponder a tentativas, mais ou menos conseguidas, de mudança de hábitos, de horários; por vezes não acontecem, por injustiças sociais; ou oferecem extravagâncias, destinos escondidos de olhares do quotidiano. Porque podem ser um conjunto abundante de realizações, só acontecerão férias quando forem ocasião de encontros. O encontrar-se em férias significará encontrar-se na interioridade e na sociedade. Nas semanas que este Verão oferece, acontecem abundantes encontros. Todos com novidade, com capacidade de interpelar quem não desiste da construção de sociedades justas e pacificadoras. São, desde logo, encontros de familiares e amigos que, distantes no espaço ou no tempo, apenas têm nos dias de férias a oportunidade para diálogos, partilhas, momentos de análise ou lazer. Sobretudo no mês de Agosto, o mês da mobilidade. A Igreja Católica, na resposta à valorização que o acontecer religioso adquire junto das comunidades portuguesas, mormente Fátima, reserva uma Semana da pastoral que dinamiza para focar atenções nas comunidades migrantes: as que vieram para o nosso País e os portugueses que não deixam de partir rumo a melhores condições de vida. São encontros com a ousadia de quem faz do voluntariado opção para dias de férias. Em cidades ou aldeias de Portugal, nos países de Missão dos vários Continentes, os tempos de voluntariado missionário são transformadores. Não apenas junto dos aparentemente únicos beneficiários. Sobretudo naqueles que partem, nos que promovem o encontro com outras culturas, outras sociedades e necessidades. E também são transformadores dos contextos de onde partem. Ou poderiam ser: porque a sabedoria conquistada num período de trabalho em voluntariado espera por ser capitalizada em benefício das comunidades que os vêm partir. Entre muitos outros, este Verão oferece também encontros com a liberdade. Nomeadamente os que decorrem da realização dos Jogos Olímpicos num País que por ela espera, sobretudo a liberdade religiosa. E porque as conquistas do pódio acontecem com a fortaleza do esforço, do treino contínuo e do respeito por todos os concorrentes, também a organização das sociedades não podem permitir sinais de fraqueza que se fundamentam na proibição, no controle absoluto, na escravatura a qualquer preço. Nem por desporto! Paulo Rocha