O Estado deveria garantir espaços para os mais idosos poderem transmitir a sua sabedoria, defendeu ontem, em Arcos de Valdevez, o Bispo de Viana do Castelo, durante as celebrações diocesanas do Dia do Idoso e dos Avós. Diante de algumas centenas dos mais velhos da diocese, oriundos na grande maioria de instituições de solidariedade da Igreja, o Prelado disse que é preciso arrumar para o caixote do lixo a expressão,”sou velho, não sirvo para nada”, porque não é verdade e mal vai a sociedade que «não aproveita os valores» que defendem e vivem os mais idosos. «Se não transmitirdes a sabedoria [acumulada ao longo de uma vida] a humanidade vai ficar mais pobre», disse o Bispo de Viana do Castelo convicto de que «teríamos menos marginalidade se os mais novos quisessem ouvir os avós». D. José Pedreira, que com os seus 73 anos disse ser um deles, defendeu que os idosos «têm muito a fazer neste mundo», mesmo quando faltarem forças para outras actividades, têm ainda a oração por si e pelos demais das respectivas comunidades. O Prelado confessou ter «muita fé» na oração dos de idade mais avançada porque «mais desprendidos das coisas terrenas» e já a pensar mais na eternidade. Promovido pelo Secretariado da Pastoral Sócio-Caritativa, o encontro que decorreu no Campo dos Trasladário, na margem do rio Vez, proporcionou aos mais idosos um encontro onde puderam ser protagonistas da sua festa e convívio com outros idosos que estão em instituições ou não. Ao longo da manhã, foram vários os que subiram ao palco, instalado junto ao monumento que recorda o “Recontro de Valdevez”, para contarem uma modinha, para recitarem um poema ou para contarem uma lenda. As modinhas e a dança folclórica também passou pelas festas com vário tocadores de concertina a desafiarem as gargantas e o Rancho do Vale a desafiar para um pezinho no vira geral.