Santuário rezou «para que o Senhor dê a graça da paz e a graça do progresso da paz a Timor» O Santuário de Fátima recebeu durante a manhã de 26 de Julho de 2008 o Presidente da República de Timor Leste e Prémio Nobel da Paz, Ramos Horta. Esta visita a Fátima assume para o Chefe de Estado Timorense as características de uma peregrinação pessoal em agradecimento a Nossa Senhora de Fátima pela protecção que Maria lhe concedeu por ocasião do atentado de que foi alvo no dia 11 de Fevereiro deste ano. No Livro de Honra do Santuário de Fátima, assinado por ocasião da recepção feita à comitiva timorense pelo Reitor Mons. Luciano Guerra, Ramos Horta escreveu: “É com emoção que venho à Fátima em peregrinação de agradecimento à Virgem Santíssima pela vida que me dá para continuar a servir o meu povo e a humanidade”. Pelas 10h30, Ramos Horta foi recebido, acompanhado de D. Ximenes Belo e do Embaixador de Timor em Portugal Manuel Abrantes, na Casa de Nossa Senhora das Dores, pelo Reitor do Santuário de Fátima. Na Sala de Recepções, um grupo de jovens timorenses a residir em Fátima na congregação religiosa Nossa Senhora das Vitórias cantou para toda a comitiva. Mons. Luciano Guerra, nas palavras de boas vindas, manifestou a alegria por o Santuário receber tão importante visita do responsável de um país estreitamente unido a Portugal e com tão grande devoção a Nossa Senhora de Fátima. “Nós acompanhámos com muita emoção e oração tudo o que lhe aconteceu e damos graças a Deus porque pôde restabelecer-se plenamente”, afirmou Mons. Guerra que teceu votos para que Ramos Horta possa continuar a dedicar-se ao seu país, “para que a sua missão possa realizar-se como sempre sonhou”. Na Capelinha das Aparições, após o primeiro momento de recepção oficial, toda a comitiva timorense se juntou às centenas de peregrinos de várias proveniências que se encontravam naquele lugar. Algumas lágrimas e muitos sorrisos acompanharam o acolhimento feito ao Chefe de Estado e Prémio Nobel da Paz, quer por timorenses residentes em Portugal quer pelos outros peregrinos, que entenderam publicamente mostrar a consideração que nutrem pelo trabalho e pelo esforço desenvolvido por Ramos Horta em prol da paz. Todos foram convidados por Mons. Luciano Guerra a rezar uma Ave-Maria para que “Timor encontre o seu lugar no concerto das nações”, “para que se consolide como nação gloriosa que é”. Antes deste momento de oração, à chegada à Capelinha, o Reitor do Santuário sublinhou que recebia com muito carinho o Chefe Timorense “uma vez que é o presidente de Timor, mas não só por ele ser o presidente de Timor, é por ele ser o Dr. Ramos Horta. Conhecemos os esforços que ele fez, de embaixada em embaixada até às Nações Unidas, para que todos pudessem compreender o que acontecia em Timor, acompanhámos a independência, acompanhámos a atribuição do Prémio (Nobel da Paz)”. Mons. Guerra acrescentou ainda que o Santuário de Fátima tem conhecimento da grande devoção e culto que os timorenses prestam a Nossa Senhora de Fátima. D. Ximenes Belo, também ele Prémio Nobel da Paz, afirmou na ocasião: “Em primeiro lugar saúdo a nossa Mãe de Céu Nossa Senhora de Fátima, que é a mãe dos timorenses”. De seguida, agradeceu a amizade manifestada pelos responsáveis do Santuário e pelos peregrinos ali presentes e a oportunidade de o Presidente de Timor poder estar em Fátima “em romaria de agradecimento”. D. Ximenes Belo explicou que a sua presença neste dia em Fátima se tratou de uma manifestação de solidariedade para com Ramos Horta e também de uma gesto de oração “para que Nossa Senhora o proteja, para que (Ramos Horta) continue a sua missão de paz”. A caminho da Igreja da Santíssima Trindade e em declarações à Sala de Imprensa do Santuário, Ramos Horta manifestou a sua alegria pela visita a Fátima e divulgou ter sido recebido pela Irmã Lúcia em Julho de 2004. “Terei sido o primeiro e o único timorense a ser recebido pela Irmã Lúcia”, disse. Ainda que a Eucaristia das 11h00, na Igreja da Santíssima Trindade, tenha tido como intenção especial os avós e os netos, uma vez que a Igreja celebra a 26 de Julho o Dia de S. Joaquim e de Santa Ana, pais de Maria e avós de Jesus, Mons. Luciano Guerra, que presidiu, acrescentou outra intenção especial de oração para esta celebração eucarística, na qual Ramos Horta participou, junto com cerca de outros oito mil peregrinos: “a oração por Timor, para que o Senhor dê a graça da paz e a graça do progresso da paz a Timor”. LeopolDina Simões, Sala de Imprensa