Igreja queniana preocupada com a revolta dos estudantes no país

A onda de violência nas escolas quenianas não tem trégua: além das escolas públicas, também diversos institutos particulares estão em revolta, dentre eles também as escolas católicas. A polícia afirmou ter detido cerca de 70 estudantes. No Quénia são mais de 300 as escolas secundárias que participam na revolta. Em diversos casos, estudantes saquearam e queimaram as estruturas escolares e também o dormitório do seminário menor “Regina dos Apóstolos” da arquidiocese de Nairobi. O arcebispo de Nairobi, Cardeal John Njue, deu uma conferência de imprensa anteontem para explicar a posição da Igreja diante da situação. A mensagem assinada pelo presidente da Comissão para a Educação da Conferência Episcopal do Quénia, D. Maurice Anthony Crowley, os bispos exprimem a sua “grande preocupação pela onda de violência e de desordens nas escolas secundárias”, que, segundo eles, se tornou um problema nacional. “A amplitude das violências e da destruição de bens é um sinal evidente da degradação social dos valores e do senso de responsabilidade”, afirmam. Para os bispos, existem diversas causas que estão a provocar a fúria dos estudantes. Dentre elas, o trauma vivido no país durante os recentes confrontos étnicos e a falta de responsabilidade política, pois os estudantes “estão imitando aquilo que os adultos fizeram em janeiro e fevereiro deste ano, durante os confrontos pós-eleitorais”. Ainda entre as causas, os prelados apontam a ausência de um espírito de tolerância e de perdão; a falta de um guia e de controle dos pais; o descontentamento dos jovens por não sentirem-se parte da sociedade; a falta de tempo e de lugares de socialização; a rigidez do sistema escolar, orientado apenas para o êxito nas provas; o medo em relação ao futuro e ao desemprego; e a proliferação das drogas. Os bispos pedem um ano de suspensão para os estudantes responsáveis pelas violências; que os telemóveis sejam banidos das escolas, medida que já foi adoptada pelo governo; além de convidarem os meios de comunicação a não enfatizar as notícias sobre os confrontos, para não alimentar processos de imitação. Com Radio Vaticano

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