Seminarista, de 32 anos e natural da Costa Rica, cumpre mais uma etapa rumo ao sacerdócio
Borba, 08 jul 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu na tarde de sábado, em Borba, à ordenação diaconal do seminarista Carlos Corrales, convidando-o a fazer-se “servo de todos” e a acreditar “em Cristo revelado nos mais pobres, frágeis e sós”.
“Como discípulo de Jesus, que lavou os pés aos apóstolos, entrega-te assíduo e fielmente à meditação da palavra de Deus. Alimenta-te fervorosamente no banquete eucarístico. Faz-te servo de todos e crê em Cristo revelado nos mais pobres, frágeis e sós”, pediu D. Francisco Senra Coelho, na homilia da eucaristia divulgada pela Arquidiocese de Évora.
Natural da Costa Rica, Carlos Corrales, de 32 anos, chegou a Portugal em 2015, entrou no seminário, frequentou formação no Instituto Superior de Teologia de Évora e na Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, seguindo-se um ano de missão na Ilha de São Miguel, nos Açores, onde acompanhou um sacerdote, depois no Chile, em que integrou uma equipa de evangelização do caminho neocatecumenal e agora integra a Pastoral de Borba.
Na celebração, o arcebispo de Évora explicou que, “numa Igreja sinodal, os ministros ordenados são chamados a viver o seu serviço ao povo de Deus numa atitude de proximidade às pessoas, de acolhimento e de escuta de todos e a cultivar uma profunda espiritualidade pessoal e uma vida de oração”.
“São chamados a esvaziar-se de si mesmos, segundo o modelo de Jesus, que sendo de condição divina, esvaziou-se a Si mesmo, assumindo a condição de servo”, referiu, acrescentando que “a Assembleia reconhece que muitos presbíteros e diáconos, com a sua dedicação na humildade e serviço, tornam visível o rosto de Cristo, bom pastor e servo”.
“Com os padres sinodais, Deus te ajude, meu irmão, a alcançar esta semelhança com o bom Mestre e então garantires a fecundidade do teu serviço ao povo santo de Deus”, desejou.
D. Francisco Senra Coelho exortou o aluno do Seminário Diocesano Missionário Redemptoris Mater Nossa Senhora de Fátima a anunciar “com alegria da esperança a palavra viva do Evangelho”, a batizar “em nome da Trindade criadora, salvadora e santificadora” e a “testemunhar “em nome da Igreja o júbilo nupcial dos nubentes”.
“Consola e alenta em nome da misericórdia de Cristo aqueles que estão no término da vida terrena e acompanha-os à última morada. Visita e conforta os doentes, os pobres, os fracos, as viúvas e os órfãos, como os primeiros diáconos. E que a luz do ressuscitado brilhe no teu rosto como na face do Protomártir Santo Estevão, modelo e exemplo dos diáconos”, apelou.
Citando as palavras do Papa Francisco aos diáconos ordenados em Roma, D. Francisco Senra Coelho referiu que “o diaconado é a base sobre a qual se funda o presbiterado”, pois o fundamento interior do sacerdócio ordenado à maneira de Jesus Cristo, “que veio para servir e não ser servido”.
“Servir, e cito, ‘é um verbo que recusa toda abstração, significa estar disponível, renunciar a viver de acordo com a própria agenda. Estar pronto para as surpresas de Deus que se manifestam através das pessoas, do inesperado, das mudanças de planos, das situações que não se encaixam nos nossos esquemas’”, destacou.
Com base em palavras do Papa, o arcebispo de Évora acrescentou que o presbítero é “um testemunho de comunhão que implica fraternidade, fidelidade, docilidade”.
“Só construiremos presbitérios fraternos se nos convertermos quotidianamente a este critério evangélico do serviço”, assegurou D. Francisco Senra Coelho, completando que durante um tempo, Carlos Corrales mergulhará no “ministério ordenado do diaconado” para não só alicerçar bem o presbiterado como também “em Cristo, servo de todos, o que vem servir e não ser servido”.
Depois da homilia, realizou-se o rito de ordenação, a que se seguiu a prostração do candidato, a imposição das mãos e a oração do arcebispo de Évora. Carlos Corrales recebeu depois a estola (faixa longa e estreita que os diáconos colocam sobre o ombro esquerdo) e a dalmática (paramento usado na celebração da missa) de diácono e, por fim, o Evangelho e o ósculo (beijo) da paz do arcebispo de Évora. No final da celebração, D. Francisco Senra Coelho agradeceu a presença de todos, saudando os familiares e amigos do diácono que acompanharam a ordenação sacerdotal, transmitida em direto pela Arquidiocese de Évora, de outras geografias do mundo, nomeadamente na Costa Rica, no Chile, nos Açores, onde Carlos Corrales realizou missão nos últimos anos “A todos os familiares, amigos, comunidades que nos acompanham através dos meios digitais, um abraço da Arquidiocese de Évora, grato e feliz, pelo nosso querido Carlos Corrales, diácono da Igreja, a caminho do sacerdócio ministerial”, concluiu. A eucaristia foi concelebrada pelos reitores dos dois Seminários arquidiocesanos, padre Gustavo Quiroga (Maior de Évora) e padre José Gomes (Redemptoris Mater de Évora), do Pároco de Borba, P. Alessandro Cont, e de vários sacerdotes do presbitério eborense e de outras dioceses. |
LJ