Pobreza, fome e exclusão preocupa, trabalhadores cristãos

Equipa de Base da Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos da paróquia de Santo Ovídio, em Vila Nova de Gaia, publicou, nos finais de Junho, um documento de reflexão, enviado ao Primeiro Ministro e ao Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em que analisa a actual situação do trabalho. «Ao tornar-se prisioneiro do défice, o Governo tornou-se insensível à realidade da pobreza extrema e revela-se incapaz de implementar políticas susceptíveis de prevenir esta catástrofe. Preocupados com os designados factores de convergência, os governantes estão a esquecer-se daqueles que lhes entregaram o poder, confiados de que iriam defender os mais débeis. Ao revelar que não tem soluções para o grave problema da precariedade e do desemprego, o Governo é responsável por uma sociedade em que é cada vez mais o fosso entre os ricos e pobres e onde crescem famílias desagregadas, a pobreza, a fome e a exclusão. Em vez de estabelecer relações sociais de equilíbrio, o Governo, em nosso entender, está a mergulhar num pesadelo aqueles que dependem fundamentalmente da força do seu trabalho e que agora se vêem excluídos dos seus direitos de cidadania. A precariedade, designadamente aquela que é provocada pelo desemprego, muito mais do que um problema técnico, tornou-se uma questão moral que obriga a todos, ao Governo em primeiro lugar, na bisca de soluções que garantam a protecção dos mais débeis. É preciso, por exemplo, que, entre outras medidas, o Governo tenha a coragem de acabar, de uma vez por todas, com o duplo e triplo emprego e com as duplas e chorudas reformas, contribuindo, desta forma, para minorar o problema do desemprego e para reforçar a sustentabilidade da Segurança Social. Não é justo que em Portugal todos saibam quantos trabalhadores estão nestas condições e não haja coragem para acabar com tal injustiça».

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