Três mulheres «ordenaram-se» como sacerdotes em Boston, nos Estados Unidos da América, num acto que foi imediatamente condenado pelos responsáveis da Igreja Católica. A cerimónia, realizada no Domingo numa igreja protestante, foi organizada pelo grupo Mulheres Sacerdotes Católicas. Num comunicado, a Arquiodiocese de Boston reforçou que “a organização que se denomina Mulheres Sacerdotes Católicas não é reconhecida como entidade pela Igreja Católica”. Por sua vez, Richard Erixon, vigário-geral da Cúria de Boston, sustentou que “a ordenação dos homens não é, meramente, um assunto de prática ou disciplina na Igreja Católica mas sim parte do Depósito inalterável de Fé dado por Cristo através dos seus apóstolos”. A ordenação sacerdotal conferida a uma mulher, para além de ser inválida, comporta automaticamente a excomunhão para o bispo ordenante e para a mulher “ordenada”, estabelece um Decreto da Congregação para a Doutrina da Fé, publicado a 30 de Maio deste ano no jornal da Santa Sé, “L’Osservatore Romano”. “A Congregação para a Doutrina da Fé, para tutelar a natureza e a validade do sacramento da sagrada ordem, em virtude da especial faculdade que lhe foi conferida pela autoridade suprema. Decreta que tanto aquele que tiver intentado o conferir da ordem sagrada a uma mulher, como também a mulher que tiver intentado receber a ordem sagrada, incorrem na excomunhão latae sententiae (imediata), reservada à Sé Apostólica”, indica o decreto. Em 2004, a Congregação para a Doutrina da Fé, presidida pelo então Cardeal Joseph Ratiznger, escreveu uma Carta aos Bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo. No texto referia-se que “as mulheres desempenham um papel de máxima importância na vida eclesial” e recordava-se “o facto de a ordenação sacerdotal ser exclusivamente reservada aos homens (dado reafirmado pelo Papa João Paulo II na Carta apostólica Ordinatio sacerdotalis de 22 de Maio de 1994, ndr)”, considerando que isso “não impede as mulheres de terem acesso ao coração da vida cristã”.