Vaticano: Papa assinala celebração do «Domingo do Mar»

Mensagem do Vaticano denuncia «invisibilidade» dos trabalhadores marítimos

Cidade do Vaticano, 14 jul 2024 (Ecclesia) – O Papa associou-se hoje à celebração do Domingo do Mar, rezando por todos os que trabalham neste setor.

“Neste Domingo do Mar, rezemos pelos que trabalham no setor marítimo e pelos que os acompanham”, disse, após a recitação do ângelus, desde a janela do apartamento pontifício, no Vaticano.

Francisco tinha recorrido esta manhã à sua conta na rede social X para evocar a celebração.

“Neste Domingo do Mar, prestemos homenagem aos marítimos. Rezemos juntos, pedindo a Maria, Estrela do Mar, que acompanhe todos aqueles que trabalham com o mar, assim como as suas famílias, e que os guie no caminho rumo a Cristo”, escreveu.

A mensagem do Vaticano para o Domingo do Mar 2024 alerta para a “invisibilidade” de quem trabalha no setor marítimo, numa mensagem que desafia as comunidades católicas a ser um “porto seguro” para estas pessoas.

“Em toda a humanidade, os marinheiros estão entre os membros menos visíveis. No entanto, é através dos seus esforços ocultos que muitas das nossas necessidades chegam até nós. Eles experimentam a beleza ilimitada da natureza nos mares, mas também encontram escuridão física, espiritual e social”, escreve o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Michael Czerny,.

O colaborador do Papa sublinha que esta celebração acontece anualmente no segundo domingo de julho, evocando as tripulações dos navios, estivadores, rebocadores e estivadores, a guarda costeira, pessoal do tráfego marítimo e dos salvamentos, agentes aduaneiros, pescadores e todos aqueles com quem colaboram, para além das suas famílias e comunidades.

“O número total destes trabalhadores e das suas famílias ascende certamente a muitos milhões”, assinala a mensagem, enviada à Agência ECCLESIA.

O cardeal Czerny aponta às “realidades quotidianas invisíveis” destas pessoas, sublinhando que “a atividade marítima pode implicar a ausência de casa e de terra, durante meses e mesmo anos”.

“A remuneração pode fazer com que esses sacrifícios valham a pena, mas esse benefício pode ser ameaçado por injustiças, exploração e desigualdade”, adverte o prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

A mensagem destaca o papel de todos os que defendem “a dignidade e os direitos” dos trabalhadores marítimos, convidando a valorizar as possibilidades que se abrem neste campo.

“Cada navio recém-chegado significava mais encontros e trocas, mais abertura à novidade e às vastas possibilidades para além das costas locais”, sustenta.

O apelo a abraçar o estrangeiro pode desafiar-nos quando preferimos permanecer social e espiritualmente isolados. Não podemos estar abertos às possibilidades da vida se preferirmos o conforto do que nos é familiar. O caminho da abertura é o caminho da esperança”.

O responsável da Santa Sé propõe um “ministério do acolhimento” para todos os que “precisam de um ouvido atento e de um lugar para pertencer, um porto seguro, uma comunidade que acolhe todos os que desejam regressar a casa”.

“O ministério do mar pode ajudar a trazer os periféricos para o centro de muitas maneiras”, acrescenta.

A mensagem lembra que a difusão do Cristianismo aconteceu através de várias viagens marítimas, destacando que “a Igreja de hoje pode inspirar-se nos habitantes das comunidades costeiras, os primeiros a ouvir a mensagem totalmente nova de Cristo”.

“Peçamos a Nossa Senhora, Estrela do Mar, que acompanhe todos aqueles cuja vida e trabalho são marcados pelo mar, e que seja a sua estrela-guia no caminho para Cristo”, conclui o cardeal Czerny.

OC

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