Família deve assumir protagonismo na formação social e cristã dos filhos

O contributo que é pedido ao catequista «não liberta a responsabilidade da própria família se tornar, cada vez mais e sempre, protagonista activa e responsável do seu crescimento espiritual e do zeloso empenhamento na formação social e cristã dos filhos», alertou ontem o Bispo de Viana do Castelo, durante a Assembleia Diocesana de Catequistas que reuniu no Fórum da Bienal de Vila Nova de Cerveira cerca de meio milhar de pessoas de todos os arciprestados da diocese do Alto Minho. Dirigindo-se aos catequistas, a quem em nome da Igreja agradeceu toda a acção empenhada, D. José Augusto Pedreira recordou que são verdadeiros «instrumentos de Deus na difusão da Palavra»; tal como a chuva fertiliza a terra, eles «fazem desabrochar a fé e as virtudes cristãs naqueles que a escutam e acolhem». Por isso, prosseguiu o prelado, «nunca é inútil a transmissão da palavra de Deus», embora possa acontecer de não se ver no imediato os frutos da transformação e crescimento cristão. Regressando à temática da família relacionada com a missão catequética, questão central na reflexão desta jornada diocesana, o Bispo de Viana usou argumentos sociológicos para sustentar que a civilização e a solidez dos povos depende da «qualidade humana das próprias famílias». Assente nesta premissa, D. José Augusto Pedreira não tem dúvida de que «a acção apostólica em favor da família adquire um valor social incomparável ». «A Igreja, por sua parte – frisou –, está profundamente convencida disso, bem sabendo que o futuro da humanidade passa através da família». A acção catequética da família, com o seu carácter íntimo e afectivo, é, em certo sentido, «insubstituível», defendeu o Bispo de Viana, para quem a educação na fé «realizada pelos pais», a começar na mais tenra idade das crianças, concretiza-se «quando os membros da família se ajudam uns aos outros a crescer na fé por meio do seu testemunho autêntico de vida cristã, frequentemente silencioso, mas perseverante ao longo dos dias». D. José Pedreira mostrou-se convencido de que a fé transmitida no lar, em ambiente impregnado de amor, deixa nas crianças «uma marca decisiva e para toda a vida». Neste contexto, o prelado exortou os pais cristãos a prepararem- se para «desempenhar este serviço da catequese dos seus próprios filhos e exercê-lo com zelo infatigável». Preparação para o matrimónio Garantindo que a Igreja não está indiferente à difusão do divórcio e à frequente ruptura familiar, o Bispo de Viana quer que aqueles que se preparam para o matrimónio tenham uma «sólida instrução religiosa sobre as implicações deste sacramento» na vida quotidiana. Enquanto jovens casais, sustentou, «precisam de ajuda e apoio para viverem a sua união no respeito pelo desígnio de Deus para o matrimónio e a família». Para sustentar esta instituição fundamental é indispensável, sublinhou, «a participação activa dos próprios leigos, em particular através de associações familiares e profissionais ». Os tempos actuais, com todos os seus sinais, convidam a Igreja a renovar a sua confiança na acção catequética como uma tarefa absolutamente primordial da sua missão. «É convidada a consagrar à catequese os seus melhores recursos em meios humanos e energias, sem se poupar a esforços, fadigas e meios materiais», disse ainda D. José Pedreira, acrescentando que é necessário uma «catequese que ensine os jovens e adultos das nossas comunidades a permanecer lúcidos e coerentes na sua fé, a afirmar serenamente a sua identidade cristã e católica», bem como «a dar um testemunho de Deus numa civilização materialista que o nega». D. José Pedreira terminou a homilia, manifestando a sua «especial consideração» por todos os catequistas. E garantiu o empenho pessoal e de todos os sacerdotes para que – disse – «não faltem condições dignas de vida e trabalho, de modo a poderdes cumprir bem e com alegria essa missão». Generalidade dos pais «tem uma fé muito infantil» Durante a manhã, os catequistas puderam partilhar, após uma reflexão orientada por Sameiro Cruz, as dificuldades e as alegrias que surgem na caminhada de catequese e de formação na fé das crianças e jovens. Foram incentivados, através de pequenas acções e atitudes, a estabelecerem uma maior proximidade com os pais, para os envolver nas actividades dos filhos e, ao mesmo tempo, para lhes oferecer conteúdos da fé, porque a generalidade «tem uma fé muito infantil».

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