Missionários da Boa Nova: Superior geral espera que presença do bispo auxiliar de Osaka em Portugal seja «estímulo» para atrair missionários a realizar missão no Japão

Padre Adelino Ascenso considera que vinda de D. Paul Sakai representa «grande valorização» do trabalho «minúsculo» da Sociedade Missionária da Boa Nova no território

Foto: Santuário de Fátima

Fátima, 17 jun 2024 (Ecclesia) – O superior geral da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), disse, em Fátima, que espera que a vinda do bispo auxiliar de Osaka (Japão) a Portugal, seja um “estímulo” para atrair missionários a realizar missão no país asiático.

“Eu espero que sim, que haja realmente esse entusiasmo, como dizia, não um capricho, mas o entusiasmo por uma missão que é diferente e difícil. Que é totalmente diferente e que é muito difícil. Naturalmente, os jovens sentem-se atraídos por aquilo que é difícil, por aquilo que exige muito de nós. E eu espero que a vinda do D. [Paul] Sakai aqui a Portugal, e nomeadamente a Fátima, seja também um estímulo”, afirmou o padre Adelino Ascenso, em entrevista à Agência ECCLESIA.

D. Paul Toshihiro Sakai presidiu este domingo à Missa no recinto de oração do Santuário de Fátima, no âmbito da peregrinação da Sociedade Missionária da Boa Nova ao local, que se realizou nos dias 15 e 16 de junho, em caminhada para a celebração do centenário (1930-20230), sob o lema “Servidores das Bem-Aventuranças”.

“[A presença do bispo auxiliar de Osaka em Portugal] significa, em primeiro lugar uma grande valorização do nosso trabalho minúsculo naquele fermento que é a Igreja Japonesa. Depois naturalmente isso é um grande estímulo para nós, porque a missão do Japão acaba por ser sempre uma missão com carisma especial”, assinalou o padre Adelino Ascenso.

Para o sacerdote, o acontecimento ajuda a SMBV a ganhar “mais força” para o trabalho que desenvolve naquela geografia e para o empenho na missão.

“Porque vem, no fundo, dizer que a nossa presença é necessária. Aliás, ele [bispo auxiliar de Osaka] apelou a que nós enviássemos mais missionários. Portanto, é um estímulo”, reforçou.

O superior geral da SMBN fala numa “minoria” de missionários que expressam vontade em realizar missão no Japão e refere que é desencadeado um processo de discernimento sempre que alguém manifesta este desejo.

“Nós temos que discernir, juntamente com essa pessoa, se a pessoa manifestar o desejo de ir para o Japão, nós temos que discernir juntos, sempre juntos, se aquilo é um capricho do momento ou se a pessoa quer realmente entrar num mundo completamente diferente”, refere, explicando impacto da mudança do país.

Foto: Santuário de Fátima

“A pessoa vai para o Japão e os seus valores sofrem uma grande trepidação. O que é bom, porque se a pessoa realmente aguentar, podem cair as folhas secas, aquelas folhas secas que necessitam de cair para que haja novos rebentos. É isso que acontece principalmente no Japão ou noutros campos de missão, onde as realidades são tão diferentes”, salienta.

Quanto à peregrinação da Sociedade Missionária da Boa Nova, o padre Adelino Ascenso assinala que este é um evento que realiza desde 1965 – até à atualidade teve apenas duas interrupções (uma delas por causa da Covid-19) – e que é “um momento alto” para a família religiosa.

“É sempre um fim de semana de grande alegria para muita gente, é algo que nós não podemos esquecer e não podemos menosprezar”, destacou.

O sacerdote ressalta que o momento implica também da parte dos sacerdotes ir ao encontro dos peregrinos.

“Tem que haver um acompanhamento permanente. Nós encontramo-nos aqui, não é apenas um evento, tem que haver uma continuidade. E tem havido essa continuidade. Esteve há pouco uma senhora comigo, veio ter comigo, veio saudar-me e saudar o Dom Sakai, e dizia: ‘eu há 30 anos sem falhar que venho nesta peregrinação’. Há muita gente que vem desde há 30 anos, há 40 anos, e que nunca falham. Isto é impressionante. Nós também. Isso é um estímulo para nós e também é uma responsabilidade”, sublinha.

Fundada em 1930, a então Sociedade Portuguesa das Missões Católicas Ultramarinas) é uma sociedade apostólica de direito pontifício, constituída por sacerdotes e irmãos leigos dedicados à evangelização e pastoral missionária ad gentes.

A SMBN está hoje presente em Portugal, Moçambique (desde 1937), Brasil (desde 1970), Angola (desde 1970), Zâmbia (1980-2016) e Japão (desde 1998).

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LS/LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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