«Era quase um pecado de omissão não participar», afirma a irmã Maria Albertina Azevedo
Braga, 05 jun 2024 (Ecclesia) – As irmãs Clarissas do Mosteiro de São José, em Vila das Aves, saíram da clausura e aceitaram o convite do arcebispo de Braga para participa no V Congresso Eucarístico Nacional (CEN), que se realizou na diocese.
“É realmente uma oportunidade única, decerto não vamos participar noutro e uma comunidade com adoração, com vida permanente perante o Santíssimo Sacramento, é inevitável, tem de ser esta participação para enriquecimento pessoal e comunitário, porque cada irmã que participa é sempre um enriquecimento na comunidade”, disse à Agência ECCLESIA a irmã Maria Albertina Azevedo.
A religiosa explicou que são por denominação ‘Clarissas Adoradoras’ e têm “a adoração desde o princípio da fundação do mosteiro” na Vila das Aves, salientando que é uma característica das Clarissas de Portugal – da Ordem de Santa Clara (OSC) – “ter adoração permanente ao Santíssimo Sacramento”, por isso tinha “todo o enquadramento e toda a necessidade quase de participação” no V Congresso Eucarístico Nacional.
‘Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»’, foi o tema do V CEN, organizado pela Igreja Católica em Portugal, que decorreu de 31 de maio a 2 de junho, em Braga.
A irmã Maria Albertina Azevedo recordou que foi o arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, que convidou “pessoalmente” as irmãs Clarissas, numa visita ao Mosteiro de São José, e “ficou assente participar”, porque sendo na sua diocese, “era quase um pecado de omissão não participar”.
“É um enriquecimento, pudemos participar numa primeira conferência que foi, não uma conferência, mas um tratado sobre a Eucaristia, que é uma beleza”, salientou, a respeito da conferência do presidente do Comité Pontifício para os Congressos Eucarísticos Internacionais.
Sobre a presença destas religiosas de clausura no congresso nacional, a entrevistada destacou também o silêncio, que faz parte das Clarissas, “é uma forma de estar presente a Deus e também sentir a necessidade dos irmãos”.
“Sem silêncio é quase impossível, faz parte da nossa vida, nossa vida de oração, e o silêncio perante o Santíssimo Sacramento é como apanhar um banho de sol. Eu costumo dizer que uma Clarissa se faz na adoração, perante o Santíssimo Sacramento”, desenvolveu.
Um banho de sol, deixar-se invadir pela presença de Jesus e este sentido eucarístico que é não só estar diante dele, adorá-lo na hóstia consagrada, na sua humanidade completa que ali isso realiza, mas O que acontece em espírito eucarístico e que é a comunhão, a fraternidade, como é muito bem a marca deste congresso”.
A religiosa de clausura, do Mosteiro de São José, em Vila das Aves, acrescentou que não é possível haver Eucaristia “sem comunhão”, porque a verdadeira eucaristia “implica comunhão” e daí este sentido de as Clarissas estarem neste congresso nacional e “em comunhão com toda a Igreja”.
“Vivenciarmos e estarmos nesta alegria de estar em Igreja”, acrescentou a irmã Maria Albertina Azevedo, antes de continuar o seu caminho para a Capela do Santíssimo – “vou a seguir se Deus quiser” – do V Congresso Eucarístico Nacional.
A organização do V CEN, que teve cerca de 1400 participantes de todas as dioceses e decorreu 100 anos depois da sua primeira edição, apontou sete “linhas orientadoras” para a Igreja Católica em Portugal.
CB/OC