D. Rui Valério apresenta Jesus como «Senhor da proximidade»
Lisboa, 30 mai 2024 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa disse hoje, na solenidade do Corpo de Deus, que a Eucaristia é uma “força de comunhão”, que nasce da oferta de Jesus, “Senhor da proximidade”
“Contemplando o Corpo do Senhor encontramos uma força de comunhão com os outros, e uma vontade profunda de, para eles, nos tornarmos oferta e dom. A nós, Ele deu-se, não em abstrato, mas realmente em verdade e vida”, referiu D. Rui Valério, na homilia da Missa a que presidiu na Catedral patriarcal.
“A Eucaristia realiza a unidade da proximidade e do encontro íntimo. É a oferta feita dom de comunhão e relação”, acrescentou.
A intervenção, divulgada online, falou da Eucaristia como uma “fronteira aberta que faz com que o tempo se projete na eternidade e a eternidade irrompa no tempo”.
Aquilo que Jesus diz, não são simplesmente palavras. O que Jesus diz, é acontecimento, o acontecimento central da história do mundo e da nossa vida pessoal”.
O patriarca de Lisboa destacou que Jesus se identificou com a humanidade “até ao fim e plenamente”.
Através da manifestação presente do seu corpo, Jesus Cristo vive connosco e é o Emanuel; pela força do seu amor e serviço à humanidade fez-se vítima imolada por nós no altar do sacrifício; pela intensidade exuberante da sua comunhão, veio viver em nós abrindo-nos as portas da sua misericórdia para vivermos nele”, declarou.
D. Rui Valério realçou que as mãos de Jesus “jamais seguraram armas, ou praticaram violência, pelo contrário usou-as para tocar os leprosos, e plasmar barro para restituir a vista aos cegos”. “
Que nossas vidas estejam enraizadas na vida de Deus; que nossos corpos, sejam animados pelo sopro vital do seu Espírito; que nossos gestos sejam expressão da alma que respira o sopro e o hálito da vida divina”, concluiu.
A solenidade litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264, dotando-a de Missa e Ofício próprios.
Esta solenidade terá chegado a Portugal nos finais do século XIII e tomou a denominação de festa de Corpo de Deus; a exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60.º dia após a Páscoa, uma quinta-feira, fazendo assim a ligação com a Última Ceia de Quinta-feira Santa.
OC