Bento XVI pediu esta Quarta-feira que os católicos não deixem de não anunciar a sua fé em Jesus em nome “de um falso diálogo e de uma tolerância mal compreendida”. “Os valores humanos apenas encontram a sua verdadeira dimensão no único Salvador, Jesus Cristo, pelo qual o cristão vive e morre”, disse. O Papa, que falava na audiência geral desta semana, lembrou a figura de São Máximo, um padre da Igreja dos séculos VI-VII que foi torturado por causa das suas posições sobre a divindade e a humanidade de Jesus, sem nunca abdicar dos seus princípios – que a Igreja viria a confirmar. São Máximo recebeu o título de “Confessor” pelo testemunho de fé em Jesus “verdadeiro Deus e verdadeiro homem”, lembrou Bento XVI. Este Santo nasceu na Palestina, em 580 e destacou-se no Concílio de Latrão (64), convocado pelo Papa Martinho I para defender a tese das duas vontades de Cristo (humana e divina) contra um edito imperial. Já com mais de 80 anos, Máximo foi julgado e condenado por heresia, tendo sido mutilado da mão direita e da língua. Em virtude do sofrimento infligido, morreu no exílio a 13 de Agosto de 662. “O exemplo de São Máximo, que deu testemunho da sua fé sem ambiguidade, anima-nos a confessar Cristo como único Salvador do mundo e a encontrar nele o mais alto valor da nossa vida”, indicou o Papa. Citando o teólogo do século XX Hans Urs von Balthasar, o Papa lembrou a “liturgia cósmica” de São Máximo, que apresenta como elemento central da sua teologia “a salvação do homem e de todo o cosmos”. Esta visão, centrada na incarnação de Cristo, “deve inspirer os esforços dos cristãos de hoje para tornar o mundo plenamente conforme ao seu último significado e objectivo no plano salvífico de Deus”. No final da audiência, o Papa deixou uma palavra aos fiéis de língua portuguesa presentes no Vaticano, em particular “os da Missão católica de Sion (na Suíça) e da comunidade que vive à sombra do benemérito Convento franciscano do Varatojo (no Patriarcado de Lisboa)”. “Viestes a Roma, junto do túmulo dos Apóstolos, revigorar a vossa fé cristã e os vínculos de amor e de obediência à Igreja, que Jesus quis fundar sobre Pedro. Que os vossos corações, fortes na fé, possam estar sempre ao serviço do amor de Deus, e que as suas bênçãos desçam abundantes sobre vós e sobre as vossas famílias”, desejou.