Leiria preocupada com desemprego

Se o trabalho é um direito, o desemprego é uma realidade social, se, felizmente, não para todos os cidadãos, para cerca de 8% dos cidadãos em Portugal. É precisamente sobre realidades actuais e direitos que a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Leiria – Fátima desenvolve uma série de Colóquios, o último sobre o desemprego e o direito ao trabalho. Leiria apresenta uma taxa entre os 5 e os 6%. “Mas o desemprego não deixa de ser um problema”, aponta à Agência ECCLESIA Tomás Oliveira Dias, Presidente da Comissão Diocesana Justiça e paz de Leiria – Fátima. À luz da Doutrina Social da Igreja o desemprego “é uma chaga social”. O trabalho é exclusivamente encarado como factor de produção. Tomás Oliveira Dias aponta que o trabalho é também uma garantia do desenvolvimento humano, consagrado na Constituição, mas “tantas vezes esquecido, quando se trata de respeitar a pessoa humana”. A maioria das empresas gostaria de “diminuir o número de empregados para diminuir encargos”. Os despedimentos e fecho que empresas é uma realidade nacional. O Presidente da CJP de Leiria –a Fátima lamenta que tantos jovens mas também pessoas sem idade para a reforma “sejam consideradas velhas para trabalhar. Ambas as classes etárias encontram muitas dificuldades”, aponta. As principais dificuldades encontram-se no tecido económico. A região de Leiria não apresenta “grandes problemas sociais”. Mas se há alguns anos “estaria nas condições do pleno emprego, actualmente não é assim”, explica o Presidente da CJP de Leiria – Fátima. Tomás Oliveira Dias mostra preocupação pelas novas situações de desemprego. As empresas de cerâmicas ornamentais e de construção, consideradas um ponto forte do distrito, vivem agora em graves dificuldades. No final do mês uma empresa de loiça das Caldas da Rainha via fechar, e o presidente da CJP da região acredita que outros casos irão surgir. Mas há mais. As empresas de moldes, “a industria mais próspera da Marinha Grande depende essencialmente da exportação”. Se os problemas do mercado internacional se agravarem “haverá outras crises a surgir”. “É preciso ter um maior cuidado com o problema do crescimento económico, pois será a parir daqui que se poderá assegurar trabalho para as pessoas”, avisa. “O Estado tem de ter uma intervenção forte e a Igreja na linha da Doutrina Social, deve dar um contributo importante”.

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