Francisco sublinha exigência de Jesus, que leva a amar até quem é «inimigo»
Cidade do Vaticano, 15 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa apresentou hoje, no Vaticano, uma reflexão sobre o amor, sublinhando que o conceito proposto por Jesus vai além do que dizem as músicas e os “influencers”.
“Mesmo nos nossos tempos, o amor está na boca de toda a gente; está na boca de muitos influenciadores e no refrão de muitas canções. Fala-se muito de amor, mas o que é o amor?”, declarou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência pública semanal.
Francisco refletiu sobre a diferença entre o “amor cristão” e todos os outros tipos de amor, porque o Evangelho é “ousado”.
Retomando as reflexões do apóstolo Paulo sobre a caridade, o Papa sustentou que o amor de Deus “não é o amor que sobe, mas o que desce, não o que toma, mas o que dá”.
“É um amor que vem de Deus e se dirige a Deus” e que, ao mesmo tempo, torna capazes de “amar o próximo como Deus o ama”.
Este amor, por causa de Cristo, empurra-nos para onde humanamente não iríamos: é o amor pelos pobres, por aquilo que não é amável, por aqueles que não nos amam e não nos são gratos. É o amor por aquilo que ninguém amaria; até pelo inimigo”.
Francisco sustentou que um cristão deve “amar toda a gente, sem esperar reciprocidade e sem interesse”, incluindo quem lhe tenha feito mal.
“Como é difícil perdoar: quanto amor é preciso para perdoar! O amor cristão abençoa aqueles que amaldiçoam, e nós estamos habituados, perante um insulto ou uma maldição, a responder com outro insulto, com outra maldição. É um amor tão ousado que parece quase impossível e, no entanto, é a única coisa que restará de nós”, apontou.
O Papa assinalou que, no momento da morte, todos serão julgados pelo “amor”.
“Ao entardecer de nossa vida não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto”, concluiu.
OC