Sociedade: Centro de Reflexão Cristã convida a «Organizar a Esperança», nas Conferências de Maio

«Os estaleiros são o lugar da reparação, da construção e da reconstrução. É um lugar onde estão a acontecer coisas» – Inês Espada Vieira

Lisboa, 02 mai 2024 (Ecclesia) – O Centro de Reflexão Cristã (CRC) vai realizar as suas ‘Conferências de Maio’, este ano com o tema ‘Organizar a esperança’, a partir de interpelações do Papa Francisco, em três encontros presenciais, em Lisboa, e um exclusivamente online.

“É o caminho de todos os cristãos, o cristianismo e a nossa relação com Jesus Cristo é uma relação de esperança e, portanto, ‘organizar a esperança’ é pensar que com pluralismo, com diferentes vozes, precisamos não só de sonhar um futuro melhor e um presente, já hoje, melhor, mas de organizar, de prepararmos, de, em conjunto, dialogarmos e pensarmos também com o exemplo daquilo que está a ser feito de bom e que tem resultados concretos”, disse a presidente do CRC, Inês Espada Vieira, em entrevista à Agência ECCLESIA.

‘Organizar a esperança’, o tema geral das ‘Conferências de Maio’ 2024, “é uma ideia que o Papa tem falado, que se encontra noutros lugares”, “a que ele chama estaleiros”, e que esteve presente no “formidável discurso” de Francisco no encontro com as autoridades, com a sociedade civil e com o corpo diplomático em Portugal, no dia 2 de agosto, no Centro Cultural de Belém, no contexto da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, explicou a presidente do CRC.

“Um discurso que está ancorado, para usar uma metáfora que é do Papa, ancorado aqui também, em Lisboa, como cidade europeia. Nós vivemos tempos em que não é fácil ter esperança, não somos ingénuos, não estamos a pensar agora que vamos fazer um programa a falar de um futuro só risonho”, assinalou Inês Espada Vieira.

A presidente do ‘Centro de Reflexão Cristã’ salienta que os estaleiros “são o lugar da reparação, da construção e da reconstrução”, um lugar onde “estão a acontecer coisas”, por isso, as três primeiras conferências – nos dias 7 – ‘Guardando o Ambiente’, 14 – ‘Gerando Futuro’, e 21 de maio – ‘Cultivando a Fraternidade’ –, partem “dos estaleiros que o Papa identifica”, e realizam-se no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, a partir das 18h00, com entrada livre.

“Para pensar neste cruzamento de vozes, de linhas e de geografias, este ano arriscámos uma quarta conferência, um estaleiro que não está declarado no discurso do Papa, mas que vamos buscar o título, outra vez, com o gerúndio, ‘Organizando a Esperança’. É uma conferência exclusivamente online, a conferência final, e convocamos uma teóloga do Brasil, uma poeta chilena e uma filha da Caridade, uma irmã vicentina de Espanha, que trabalha com migrantes no sul de Espanha, e também que nos vão mostrar que somos de verdadeiramente um só povo em todo o mundo, nesta conjugação da esperança”, desenvolveu, em entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).

foto: Agência ECCLESIA/MC

Segundo a entrevistada, os verbos nos títulos de cada conferência “também são inspirados naquilo que é o texto do Papa”, e decidiram escrever no gerúndio, que “é uma forma que põe a caminho, que mostra que está a ser feito, construindo em conjunto”.

Sobre os diversos oradores convidados para as conferências, três por sessão com um moderador membro do CRC, são “diferentes pensadores”, pessoas da academia porque “o conhecimento científico é fundamental e é uma das razões da esperança”, mas também de projetos concretos que estão a acontecer”.

Os jovens também vão estar em destaque nas ‘Conferências de Maio’ 2024, na terceira sessão – ‘Cultivando a Fraternidade’ – com o projeto universitário ‘Missão País’, Inês Espada Vieira destaca que os jovens têm “essa frescura do olhar e essa capacidade criativa”, que os jovens há mais tempo também têm, “mas talvez com menos amarras”.

O CRC, uma associação civil formada por cristãos em 1975, “é um espaço de diálogo entre cristãos de diferentes sensibilidades, e entre cristãos e não cristãos”, e, a atual presidente, realça que se dedicam, “há quase 49 anos, a pensar como fazer melhor e a discutir” numa “ideia de pluralidade”.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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