Profissionais e empresários desenham uma relação laboral onde a exigência deve ter compensação
Lisboa, 02 mai 2024 (Ecclesia) – A noção de justiça laboral e a busca de um trabalho digno marcam os anseios das novas gerações de profissionais, que veem no emprego um lugar de realização pessoal.
“Somos jovens também ambiciosos com a parte pessoal. O sucesso não se mede apenas pelo salário, mas pelo tempo que passamos com os filhos e com a família”, diz Mafalda Oom, jovem mãe e consultora.
A entrevistada trabalha numa das maiores empresas de auditoria e consultoria do país e vê neste emprego a forma de pôr em prática anos de estudo e a escolha vocacional por uma área de atividade.
“Isto permite-nos ter algum tipo de escolha no mercado de trabalho, onde a compensação salarial até não está nas prioridades dos jovens, mas muito a dimensão de realização pessoal e a articulação da atividade laboral com a vida pessoal”, refere à Agência ECCLESIA.
Mafalda Oom terminou recentemente a licença de maternidade da sua segunda filha e reconhece que ser mulher e mãe é ainda um desafio, no mundo do trabalho.
“O primeiro passo foi escolher o marido. As pessoas costumam dizer que são precisos melhores chefes eu acho que sim, mas também melhores maridos”, assinala.
Segundo a entrevistada, o trabalho também é vivido como lugar de afirmação cristã e atitude de fé.
“Sem a força da fé era-me difícil trabalhar numa área tão exigente”, reconhece Mafalda Oom.
Já Patrícia Liz é CEO de uma empresa de consultoria imobiliária e arquitetura de interiores, sublinhando a importância de oferecer aos profissionais um ambiente laboral que os motive.
“Temos muito a noção de que o resultado do trabalho e o bom desempenho estão diretamente relacionados com a motivação das pessoas”, indica.
Patrícia Liz integra a Associação Católica de Empresários e Gestores (ACEGE), destacando o papel dos grupos ‘Cristo na Empresa’.
“Levarmos os nossos valores para o dia a dia e para a profissão é determinante”, refere à Agência ECCLESIA, sublinhando que a amplitude da reflexão e partilha desenvolvida com outros empresários da ACEGE “é fonte de inspiração, mas também de orientação para o caminho que seguimos na nossa empresa”.
O programa ‘70X7’ evocou, no último domingo, a comemoração dos 50 anos do 1º de Maio em democracia, recordando a ação dos católicos na edificação do movimento sindical, mas também os desafios que se colocam hoje à relação laboral e as prioridades que as novas gerações dão ao exercício da profissão.
HM/OC