Igreja/Sociedade: «Necessitamos de uma cidade que ajude os cidadãos a serem felizes» – bispo do Funchal

D. Nuno Brás presidiu a celebração anual do voto a São Tiago Menor

Funchal, Madeira, 02 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo do Funchal disse esta quarta-feira que é necessária uma “cidade que ajude os cidadãos a serem felizes”, na celebração anual do voto a São Tiago Menor, padroeiro da capital madeirense.

“Não nos basta uma cidade eficiente e segura. Necessitamos, todos nós, seres humanos, de uma cidade que ajude os cidadãos a serem felizes. Quer dizer: a realizar todas as potencialidades que trazem consigo, sejam elas inatas ou tenham surgido como fruto da convivência e do diálogo interpessoal”, disse D. Nuno Brás, na homilia da Missa do padroeiro do Funchal que presidiu na igreja do Socorro.

O bispo do Funchal, citado pelo ‘Jornal da Madeira’, assinalou que a cidade existe porque os seres humanos não foram criados para viver “isolados, cada qual por si”, mas para viverem em comunidade, “uns com os outros”. para entreajudarem-se e encontrar “no outro aquele que ajuda a ser mais”.

“Só desse modo (com os outros) somos capazes de ser verdadeiramente nós próprios. Somos, neste viver em comunidade, efetiva imagem do próprio Deus: Trindade de pessoas em que o amor constitui a realidade central, o elo que manifesta o ser, que dá razão e consistência a todo o tecido social”, desenvolveu.

A cidade do Funchal cumpre a 1 de maio o seu voto anual a São Tiago Menor, com a celebração da Missa e da procissão pela capital madeirense, uma homenagem que remonta a 1521, quando a população invocou a proteção do santo, aquando do ciclo de peste que dizimou centenas de madeirenses.

“Fê-lo na emergência do surto de peste. Mas continuou a prestar à figura do Apóstolo a veneração de quem reconhece nele um intercessor e um exemplo de vida”, realçou D. Nuno Brás, na homilia.

As autoridades camarárias e religiosas entregaram há 503 anos a guarda da saúde dos habitantes da cidade a São Tiago Menor.

Como “sinal de gratidão” fez-se a promessa de construir uma igreja em sua honra e fazer uma procissão, denominada como o ‘Voto de São Tiago’, realizada no dia 1 de maio, a data em que a Igreja celebrava a festa litúrgica de São Tiago Menor, antes da reforma litúrgica (atualmente a 3 de maio).

“Na figura sábia do santo primeiro bispo de Jerusalém, acolhamos também nós, cidadãos do Funchal, neste ano de 2024, o convite de proporcionar a todos os habitantes da nossa cidade aquilo de que necessitam para viver dum modo feliz — que o mesmo é dizer: o convite a mostrarmos a todos o caminho verdadeiro para o conhecimento de Deus”, desenvolveu D. Nuno Brás.

O bispo do Funchal afirmou que a cidade existe, “mesmo que muitos não sejam capazes de o afirmar, para ajudar “todos no conhecimento de Deus”, esse é o “grande objetivo da cidade”, dos seres humanos que a habitam numa entreajuda vital.

“Não devemos, portanto, olhar a cidade de um modo simplista como apenas uma realidade útil para o melhor desenrolar do quotidiano. Nem, tão-pouco, apenas para uma melhor defesa contra forças adversas, sejam elas fenómenos naturais, animais ou outros grupos humanos que procuram ocupar o nosso espaço”, acrescentou.

O ‘Jornal da Madeira’, da Diocese do Funchal, informa que a presidente do Município do Funchal, Cristina Pedra, depositou a Chave da Cidade aos pés da imagem de São Tiago Menor e a vereação as varas junto ao altar, num gesto de agradecimento, entrega e de confiança ao santo.

Antes da Eucaristia, realizou-se a procissão entre a Sé e a igreja do Socorro, que contou a participação dos presidentes das Assembleias Regional e Municipal, do representante da República e do Governo, membros de órgãos regionais e nacionais, civis e militares, onde se destacaram também os ‘colares de maios’ um dos símbolos do ‘Dia do Trabalhador’ na região que são usados nas celebrações em honra de Santo Tiago Menor.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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