Conduzir os jovens para a verdade é um acto de amor

Missa de Finalistas da Escola Secundária de Amarante No último dia do mês de Maio, os finalistas da Escola Secundária de Amarante reuniram-se, na Igreja de São Gonçalo, para uma celebração eucarística, de bênção das suas faixas, e de acção de graças, na conclusão de uma etapa significativa da suas vidas. Presentes também o Director Executivo da Escola, Engenheiro Sampaio, e um elevado número de professores e pais, numa iniciativa organizada e protagonizada pelo Grupo de Professores de EMRC da Escola. Como então referiu o Director do Secretariado Diocesano do Ensino da Igreja nas Escolas, António Madureira, esta iniciativa “mobilizadora” é mais um sinal de que os cristãos e particularmente «os professores de EMRC são na Escola o que “a alma é no corpo”, verdadeiros animadores e promotores do sentido da vida, da alegria, e da comunhão entre pessoas». De facto, o Grupo de EMRC preparou, com o Pároco, Pe. Amaro Gonçalo, uma celebração, onde os símbolos foram “significativamente” integrados, para exprimir a ideia da Disciplina de EMRC, como uma “opção cheia de sentido”. Numa celebração, tão multicolor, ressoou, através de uma chamada, para cada jovem, curso a curso, um apelo personalizado a «construir a vida sobre sólido fundamento». Valendo-se do Evangelho, e tomando como mote “construir sobre a rocha” os alunos foram chamados a ser construtores da civilização do amor e da verdade. Na sua homilia, o Pároco lembrou o desafio de Jesus «a alicerçar a vida, sobre o sólido fundamento da Palavra de Deus». Mas logo fez notar que isto de «apontar para a Palavra de Deus, como fundamento sólido e seguro da vida e como fonte de sabedoria, vem em contra-ciclo, com este tempo de “pensamento débil”, em que propor a verdade, ou enunciar um mandamento, (a)parece como uma verdadeira afronta cultural. A nossa cultura pós-moderna tem mais ouvidos para a novidade, do que para a verdade», disse! E continuando a sua reflexão, lembrou que hoje «considera-se perigoso falar de “verdade”! É mesmo “autoritário” fazê-lo. Pelo contrário, escutar e obedecer à Palavra de Deus, ter uma fé clara, é, muitas vezes classificado, como fundamentalismo. Enquanto o relativismo aparece como a única atitude à altura dos tempos de hoje. Contra todos os dogmas, o relativismo tornou-se uma espécie de dogma». Analisando, as consequências do relativismo, para uma educação que tende a reduzir os seus objectivos, e a não ter nenhum “ideal humano” como fundamento, perguntou: «Se tudo é relativo, “a vida é um bem? Viver é bom?” Esta mancha da dúvida, sobre tudo e sobre todos, leva mesmo a desconfiar da bondade da própria vida!». Precisamente daqui – concluiu – «nasce a dificuldade mais profunda de uma verdadeira obra educativa! Na raiz da crise da educação está de facto uma crise de confiança na vida»! Em resposta a esta “emergência educativa” lembrou aos educadores que são «devedores dos valores que fundamentam a vida» e que «a responsabilidade por conduzir os jovens à verdade é um acto de amor». E desafiou-os, “a libertar os jovens do relativismo e a despertar neles, pelas asas, da razão e da fé, o amor à verdade, a Deus e à sua bondade”! A celebração conheceu um momento, particularmente expressivo, quando os professores ofereceram aos alunos, uma pena, “irmã da enxada” (no dizer de Pascoaes), de cor diferente, consoante o curso, e com o sentido que lhe foi dado por um professor: «é a pena da saudade, sentimento de dor e de alegria, na partida e na despedida. É a pena de uma asa, essencial, para quem voa sempre mais alto e mais longe. É a pena da escrita e do estudo, onde fica a marca indelével do caminho percorrido na Escola». “Asa livre”, no rito de envio Um grupo de alunos, numa magnífica e comovente coreografia, interpretou e deu expressão original ao Rito de Envio e Despedida, a partir de uma letra e música de uma das mais belas melodias dos “Pólo Norte”, que leva por título “Asa livre”. A mensagem não podia ser mais oportuna: “Como um pássaro que vai, / quando uma porta se abre, / não olhes para trás e vai depressa; / como a noite quando cai / abraçando a cidade/ deixa simplesmente que aconteça. / Abre as asas e vai. /Das tuas asas, as minhas também. /Abre as asas, eu fico bem”. A concluir, no adro, vários alunos, um aluno, por turma, lançaram da “Varanda dos Reis”, alguns pombos-correios. A mensagem fazia todo o sentido: «Abre as asas e vai». E também lá estava exposta uma mensagem forte: “EMRC: uma opção cheia de sentido”. Como, aliás, bem se viu, por toda esta celebração. Pela “via da beleza” foi possível mais “um golpe de asa”, neste esforço de fazer os jovens chegar a Deus, à sua verdade e à sua bondade.

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