Universidade do Minho solidária com vítimas do sismo na China

A comunidade da Universidade do Minho foi solidária com as vítimas do sismo na China, tendo aderido à campanha promovida pelo Instituto Confúcio da UM, de que resultou a angariação de mais de 1.500 euros. A verba, que poderá ser ainda um pouco maior, uma vez que há donativos que não foram entregues até às 12h00 de ontem, hora em que encerrou a campanha, vai ser amanhã, segunda- feira, depositada num banco e entregue à Embaixada da China, em Lisboa. Segundo a directora do Instituto Confúcio da Universidade do Minho, a campanha teve, essencialmente, um carácter simbólico, uma vez que o objectivo não era angariar uma grande soma de dinheiro, até porque a China está a receber apoios importantes da comunidade internacional. Até os próprios cidadãos chineses a viver na China, acrescentou, estão a mobilizar-se para ajudar as vítimas do sismo, dando o exemplo de uma professora reformada que decidiu vender a sua casa para financiar a construção de uma escola que foi destruída. «Por isso, a nossa campanha teve mais como objectivo a sensibilização dos alunos e dos professores da Universidade do Minho e dar-lhes a oportunidade de expressar o seu sentimento de solidariedade. Mais do que angariar dinheiro, isto foi um gesto», disse Sun Lam. Assim, a campanha desenvolvida pelo Instituto Confúcio da Universidade do Minho não se resumiu apenas a reunir os donativos. A iniciativa, explicou a directora, consistiu em adaptar o nome das pessoas para chinês, em arte caligráfica, num papel, em troca de dois euros. A tarefa esteve a cargo de Sun Lam que elaborou um carimbo em pedra de sabão com o nome da província de Sichuan, para colocar ao lado dos nomes, em azul, para servir como uma memória do evento para quem contribuiu para esta acção de apoio. «Foi com todo o prazer que fiz isto», garante. Segundo afirmou, a verdade é que várias pessoas não se limitaram a dar apenas dois euros para ter o seu nome adaptado à caligrafia chinesa. Houve quem desse 50 euros, outras 20 ou dez euros para esta causa e docentes que contribuíram com cem euros. No fundo, o balanço da campanha foi muito positivo, tendo a organização recebido os parabéns de muitos colegas por esta iniciativa. «Foi muito importante realizar esta campanha no campus universitário», salientou Sun Lam. «Também tivemos colegas que vieram fisicamente ao Instituto Confúcio para nos dizer que já estiveram na China e na província de Sichuan e que ficaram destroçados com a notícia do sismo. Alguns disseram- nos mesmo que tinham lá amigos e que não conseguiam contactá-los. Realmente, recebemos muitas reacções de grande simpatia e solidariedade », acrescentou. Nesta perspectiva, a directora garante ter sentido que existe na Universidade do Minho um verdadeiro espírito de solidariedade. Há alunos que conseguiram, entre os colegas de trabalho, amigos e familiares, mais de 60 nomes para adaptar à caligrafia chinesa. «Eu agora tenho para escrever durante o fim-de-semana cerca de 250 nomes», afirma. Uma particularidade desta campanha foi o facto de ter havido uma boa participação de alunos e professores do Instituto de Estudos da Criança. Na perspectiva de Sun Lam, isto pode explicar-se pelo facto do sismo ter vitimado muitas crianças que morreram quando estavam nas aulas. Na sua perspectiva, as constantes notícias de alunos que sucumbiram nos escombros das suas escolas pode ter feito com que os futuros professores que frequentam a UM não ficassem indiferentes, confessando que ela própria ficou emocionada com estas mortes. Para o futuro, a directora do Instituto Confúcio da Universidade do Minho garante que vai continuar a trabalhar no sentido de que a China possa abrir-se cada vez mais à comunidade internacional. O contributo para esta tarefa, explicou, está num protocolo assinado com uma universidade chinesa que prevê o intercâmbio de alunos entre as duas instituições. «Esta é uma janela que pode, dentro das nossas possibilidades, ajudar a China a abrir-se», sustenta.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top