«Precisamos de socorro» é o grito que “enche a primeira página do boletim da instituição
Lisboa, 17 abr 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) lançou um desafio aos portugueses para ajuda de emergência aos cristãos de Cabo Delgado, Moçambique, que têm sido vítimas de “uma onda de violência terrorista”
‘Precisamos de socorro’ é o grito que “enche a primeira página do boletim que a AIS está a fazer chegar por estes dias a casa de milhares de portugueses, apelando à solidariedade para com a Diocese de Pemba, para com as populações de Cabo Delgado vítimas desde o final do ano passado de uma nova e brutal onda de violência terrorista”, lê-se num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O boletim que a Fundação AIS está a enviar para casa de milhares de portugueses, é o “retrato da situação catastrófica no plano humanitário que se está a viver na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, palco uma vez mais de violentíssimos ataques terroristas por parte de grupos armados que reclamam pertencer ao Daesh, a organização jihadista Estado Islâmico”.
“São quatro páginas cheias de relatos carregados de dor e sofrimento”, refere a nota.
Desde o final do ano passado, dezenas de aldeias foram atacadas, centenas de pessoas raptadas e mortas e várias capelas e igrejas destruídas.
De entre todos os relatos que a Fundação AIS reuniu neste boletim, “o destaque vai para a mensagem enviada para a Ajuda à Igreja que Sofre por D. António Juliasse, Bispo de Pemba”.
Num dos momentos mais dramáticos, em fevereiro, quando “milhares de pessoas se fizeram à estrada procurando salvar as suas vidas face à iminência de ataques às suas aldeias, o bispo enviou para Lisboa uma breve mas emotiva mensagem em que traduziu o estado de impotência que se vive em Cabo Delgado face à violência e impunidade com que os terroristas têm atuado”.
Apesar de nas últimas semanas não se ter registado “nenhum incidente particularmente grave, aparentemente por causa do Ramadão”, tempo sagrado para os muçulmanos e que terminou a 09 de abril, “o medo persiste e, principalmente, há milhares de pessoas que fugiram de suas casas, das suas aldeias e que ficaram sem nada e dependem por isso e totalmente de ajuda para a sobrevivência no dia-a-dia”.
Esta campanha é mais um sinal de que Moçambique é, de facto, “um país prioritário para a Fundação AIS”.
Além do apoio psicossocial às populações vítimas do terrorismo têm sido lançados diversos projetos de assistência pastoral, de fornecimento de materiais para a construção de dezenas de casas, de centros comunitários e ainda para a aquisição de veículos para que os missionários possam estar junto dos centros de reassentamento que abrigam milhares de famílias fugidas da violência.
LFS