Devoção e camaradagem em Lourdes

725 militares portugueses entre as 40 nacionalidades presentes na 50ª Peregrinação Militar Internacional Uma multiplicidade de nacionalidades e de fardas desfilam pelas ruas de Lourdes no dia de hoje. A cerimónia de abertura da 50ª Peregrinação Militar Internacional fez desfilar as 40 bandeiras alegremente acolhidas entre a população de Lourdes. A organização espera cerca de 23 mil pessoas a participar este ano, 725 são militares portugueses. Um número que vem contrariar os lamentos da escassa participação portuguesa nas anteriores edições. Os portugueses estavam a reservar-se para a celebração de cinco décadas de encontro internacional. Nas missões internacionais, os militares são chamados a ter uma atitude de paz, muitas vezes em locais de guerra. O Pe. Manuel Amorim, Vigário Geral do Ordinariato Castrense, lembra à Agência ECCLESIA que tanto o batalhão português que se encontra no Kosovo, em Timor ou no Afeganistão tentam precisamente ser essa presença de paz. O tema da Peregrinação Militar, «Paz na Terra aos homens e às mulheres que Deus ama», quer precisamente apelar a uma mudança de atitude nas pessoas. “É um apelo à renovação interior”, explica o Vigário Geral. A presença dos militares entre as populações serve para evitar conflitos, “evitar a guerra e construir a paz”. À presença portuguesa em Lourdes, juntaram-se alguns militares, o coronel e o capelão do batalhão que actualmente se encontra em missão no Kosovo. O responsável pelo batalhão K4 deu conta de que um ambiente sereno reina entre os militares portugueses. Os contactos telefónicos e por email entre o Kosovo e Portugal ajudam a acalmar as preocupações do Vigário Geral do Ordinariato Castrense. “Há um cuidado apertado, vivem um ambiente reservado, mas estão todos calmos e num bom ambiente”, aponta o Pe. Manuel Amorim. O contacto entre os militares portugueses e a população local ajuda ao bom ambiente. A natural preocupação decorre do teatro onde se encontram. “Tanto o Kosovo como o Afeganistão são locais de guerra onde, de um momento para o outro, pode uma mina causar danos”, aponta o Vigário Geral. Nestas alturas, entre portugueses e estrangeiros, a imagem de Nossa Senhora de Fátima não é esquecida. Antes de partirem em missão, os portugueses rumam a Fátima com o Bispo da sua diocese, D. Januário Torgal Ferreira, para uma celebração e momentos de convívio e reflexão conjunta. Nas missões internacionais a imagem de Nossa Senhora de Fátima é alvo de ofertas entre militares. O espírito de camaradagem é uma constante. O Pe. Manuel Amorim dá conta que a amizade se impõe ao ponto de muitos militares viajarem até Portugal com as suas famílias para irem também ao Santuário de Fátima e se encontrarem com os militares portugueses. A variedade de nacionalidades é uma das maiores riquezas apontadas pelo Vigário Geral na Peregrinação Internacional. O Pe. Manuel Amorim teve já ocasião de conviver com militares do Congo e de Madagáscar.

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