D. António Carrilho assinalou 20.º aniversário da Universidade da Madeira

“Não pode nem deve existir oposição entre fé e razão”, salientou ontem o Bispo do Funchal na celebração a que presidiu na igreja do Colégio para assinalar o 20.º aniversário da Universidade da Madeira (UMa). A data coincidiu ainda com os 488 da fundação do primeiro Colégio dos Jesuítas na nossa cidade, dedicado então a S. João Evangelista. A cerimónia religiosa contou com o Reitor da UMa, Pedro Telhado e do Reitor da Universidade Moderna, Carlos Reis, entre outros convidados. A “fé e a razão” não se podem excluir ou opôr-se, afirmou o Bispo do Funchal na cerimónia religiosa de ontem, na igreja do Colégio, perante uma assembleia de universitários e crentes. A existência humana é dotada por Deus de imensa “capacidade reflexiva”, pelo que não se pode menosprezar o contributo de uma e de outra na busca da verdade e na demanda do conhecimento, da sabedoria, que dá sentido à vida, sublinhou. Com base nas especificidades de cada uma, D. António Carrilho destacou a importância da fé na explicação de questões profundas que o simples conhecimento científico ou positivista não é capaz de dar; enquanto a razão também pode “dar razões para a nossa fé”, como lembrou a propósito o saudoso Papa João Paulo II na Encíclica Ratio et Fides, citada por D. António. “A fé, para os que crêem, é uma luz que ilumina e permite ir mais longe; e pode ajudar a razão”, considerou. “A razão aponta para a ciência, o intelecto. A fé, para o espiritual, o transcendente, o sobrenatural”. Ambas devem complementar-se, sob pena de se perder a verdadeira identidade humana criada por Deus para o pleno conhecimento, através da “busca incessante da verdade” e da procura do próprio homem que deseja “conhecer-se a si mesmo” nos seus direitos e dignidade, como pretende a “pós-modernidade”. A razão, no entanto, não está livre de perigos, até pode “degradar-se” ; e o mesmo pode acontecer à fé quando se quer “confiná-la à esfera privada”, alertou ainda o Bispo do Funchal. Daí ser necessário dar acolhimento à mensagem do Evangelho, ao cristianismo, que desde há séculos propõe ao homem que seja “sal da terra e luz do mundo. Cabe-nos manter viva a presença de Jesus Cristo” também no mundo contemporâneo, disse.

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