Francisco envia mensagem para instituições e organizações de ajuda à Igreja na América Latina
Cidade do Vaticano, 05 mar 2024 (Ecclesia) – O Papa alertou hoje para uma sociedade de “escravos do dinheiro” que ignora quem sofre, numa mensagem a instituições e organizações de ajuda à Igreja na América Latina.
“Tornamo-nos escravos do dinheiro e, subjugados pelo medo de não ter, entregamos o nosso coração ao tesouro da falsa segurança económica, da eficácia administrativa, do controlo, de uma vida sem sobressaltos”, lamenta Francisco, num texto divulgado pela Santa Sé e enviado à Agência ECCLESIA.
A mensagem sustenta que “o amor não tem agenda, não coloniza”, mas procura misturar-se com aqueles que encontra.
“Há que tocar concretamente a ferida daquele irmão, daquela comunidade, que tem um nome, que tem um valor infinito para Deus, para lhe dar luz, para lhe fortalecer as pernas, para lhe limpar a miséria, dando-lhe a oportunidade de responder ao projeto de amor que o Senhor tem para eles”, indica o Papa.
A mensagem de Francisco aborda a questão da gratuidade, no trabalho solidário, admitindo que seja natural esperar “um resultado”, desse esforço.
“Não o obter [resultado] poderia ser considerado um fracasso ou, pelo menos, deixar-nos com a sensação de termos trabalhado em vão. Mas tal perceção parece ser contrária à gratuidade, que evangelicamente se define como dar sem esperar nada em troca”, aponta.
Não evitemos os que caminham às cegas, os que caem à beira do caminho, os que estão cobertos de lepra ou de miséria, mas peçamos ao Senhor que seja capaz de ver o que os impede de enfrentar as suas dificuldades”.
O Papa realça que “Deus não impõe limites”, apresentando a gratuidade como forma de “imitar o modo de Jesus se dar”, em favor de todos.
“É por isso que o esforço não é inútil, porque há um fim. Ao entregarmo-nos desta forma, imitamos Jesus que se entregou para nos salvar a todos. Abraçar a cruz não é um sinal de fracasso”, conclui Francisco.
O encontro das instituições e organizações de ajuda à Igreja na América Latina decorre até sexta-feira em Bogotá, sob a tutela da Comissão Pontifícia para a América Latina, presidida pelo cardeal Robert Prevost.
OC